Ampliar organização da categoria e lutar pela garantia de emprego
Novos desafios
Greve na CEF em outubro de 2007 (MG)
O maior desafio dos sindicatos bancários neste ano de 2008 é domar a fera da concentração bancária, que anda a passos largos no Brasil e ameaça diretamente o emprego no sistema financeiro. No início de 2007 o Santander anunciou a compra do ABN Real, que se concretizou no segundo semestre do ano passado. Como será esse processo de incorporação? Sem organização e mobilização da categoria, o provável resultado será o fechamento de postos de trabalho. É verdade que, logo após o anúncio, o movimento sindical bancário iniciou contatos com autoridades governamentais e Congresso Nacional. Só que até agora nenhuma medida foi adotada: a megaoperação permanece em debate. Se não nos mexermos, a corda vai estourar do lado dos trabalhadores. Para evitar o pior, é preciso regulamentar o sistema financeiro; de imediato, é preciso organizar a luta dentro dos locais de trabalho. Não apenas do Santander e ABN Real, mas em todos os bancos. A organização da categoria, no entanto, não deve se limitar a uma bandeira de luta. É fundamental que os trabalhadores do sistema financeiro sejam organizados não por segmentos e, sim, por ramo. Ou seja, em um único bloco devem estar bancários, financiários e trabalhadores em cooperativas de crédito. Organizar também para enfrentar os banqueiros durante o processo de negociação “salarial” e para defender uma legislação que preserve direitos dos trabalhadores.
Campanha Nacional: o diretor Vander coordena paralisação no Itaú (MG)
Balanço
A atuação da diretoria em seu primeiro semestre de gestão foi intensa e em sintonia com a categoria. Nem bem tomou posse em julho e já começou a Campanha Nacional dos Bancários que, em 2007, colheu frutos. O novo formato do processo de negociação – por blocos – mostrou-se acertado. Na mesa o debate foi até a exaustão. Para mudar era preciso a pressão da base. O que não faltou. Se antes o reajuste salarial, para citar um exemplo, não previa sequer a reposição da inflação; depois das paralisações parciais, o discurso dos banqueiros mudou. Fechamos o acordo coletivo, menos na CEF. Nessa instituição pública foi preciso quase uma semana de greve. Novamente deu resultado. No embate específico, por banco, conquistamos bolsas de estudo no Itaú e Santander; no Bradesco, campanha pela valorização do trabalhador bancário; e no Banco do Brasil vencemos a ação pela URP, beneficiando 1.068 funcionários. E mais. Fechamos 2007 elegendo o diretor Cristiano Meibach para o Conselho Fiscal da Cabesp. Mas nem tudo é luta. Lazer é necessário e saudável. O Dia do Bancário, comemorado no início de setembro do ano passado, reuniu aproximadamente 2 mil pessoas – uma megafesta, a maior já realizada. E o Dia da Criança não ficou atrás: reuniu mais de 1.400 pessoas. O ano de 2007 terminou com a 1ª Mini-Olimpíada no Clube. A categoria gostou. Neste ano, com certeza, a dose será repetida.
Dia do Bancário reuniu aproximadamente 2 mil pessoas no Clube (RZ)