O Banco do Brasil (BB) anunciou ontem a assinatura do contrato com o Governo do Estado de São Paulo que formaliza a aquisição do controle acionário da Nossa Caixa. A transação envolvendo os dois bancos foi fechada no dia 20 de novembro.
A assinatura do acordo com o controlador do banco paulista apenas referenda os pontos acertados naquela ocasião e que foram aprovados pela Assembléia Legislativa de São Paulo no último dia 18. Pelo documento, o BB sacramenta a aquisição de 71% do capital total e votante da Nossa Caixa. O BB desembolsará R$ 7,5 bilhões para comprar a totalidade de ações do banco paulista. Do montante, R$ 5,3 bilhões serão destinados ao governo paulista. O valor será desembolsado em 18 parcelas mensais, cada uma no valor de R$ 299 milhões, corrigidas pela taxa Selic. Os pagamentos ocorrem a partir de 10 de março do próximo ano.
Os R$ 2,2 bilhões restantes serão pagos pelo BB aos acionistas minoritários da Nossa Caixa. Como a instituição é listada no Novo Mercado, eles terão direito a receber pelas ações do banco o mesmo valor que o BB pagará aos acionistas controladores. O montante foi fixado em R$ 70,63 por papel e será pago por meio de uma Oferta Pública de Aquisição ( OPA), cuja data ainda será decidida pelo banco.
Em fato relevante enviado ontem à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o BB afirma não ter a intenção, ao longo de um ano, de cancelar o registro de companhia aberta que a Nossa Caixa tem para ter suas ações negociadas em bolsa de valores.
Depósitos judiciais
Além de oficializar a compra das ações da Nossa Caixa, a autorização da Assembléia Legislativa dá ao BB o aval para operar em São Paulo como agente financeiro do Tesouro paulista pelo prazo de cinco anos. Isso significa, na prática, a possibilidade de o BB assumir a gestão dos ativos provenientes de depósitos judiciais do estado, cujo volume atual é de R$ 16 bilhões. A possibilidade de poder
administrar
esses ativos foi um dos principais impulsionadores da compra da Nossa Caixa.
A outra foi a chance de
ganhar
escala no principal estado brasileiro do ponto de vista econômico. Com a aquisição, o número de agências do BB cresce em torno de 13%, alcançando 4.888.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados – Pág. 2)(Luciano Feltrin)