O Banco das famílias Setubal, Vilella e Salles, Itaú, que tem como slogan a frase “Feito para Você”, permanece com sua política de “fazer mais, com menos”. Não bastasse as metas abusivas, inalcançáveis, impostas à área comercial e as chamadas Empresariais (Emp), mais recentemente tem sugado o trabalhador bancário além de seus limites e depois descarta, como um bagaço de laranja. E os números não mentem: em 2013, foram fechados 2.734 postos de trabalho.
As gerências de suporte operacional de agências, mais conhecida pela sigla GESOA, criaram uma via de acesso rápido ao “pote de ouro”: explorar mais enfaticamente os caixas, que são obrigados a venderem todos os tipos de produtos – a cesta é grande: conveniência, crédito, poupança, etc – e a retirar das filas os clientes usando como isca os ‘práticos’ caixas eletrônicos, que fazem quase tudo. A cobrança é diária. Inclusive, gestores chegam ao ponto e elaborar um “mapa” de acompanhamento de vendas; ou melhor, de exploração. Tudo em nome das metas. Diga-se, de passagem, método aplicado em agências de Campinas e Região. Na hora de repartir o pão, bingo, só a turma do andar de cima leva a melhor, o “pote de ouro” fica com poucos. Os caixas não são elegíveis, por exemplo, ao programa próprio de remuneração denominado AGIR.
Para o Sindicato esse abuso é inaceitável. “A atividade de caixa requer, exige concentração; afinal são manipulados valores que, em alguns momentos, são elevados. E mais: o Itaú não pode colocar em risco o desenvolvimento regular da função. Exigimos uma postura ética, responsável”, destaca o vice-presidente do Sindicato, Mauri Sérgio. Segundo ele, os bancários podem e devem denunciar todos os tipos de violações.
GEO abre caixa
A exploração não para aí. Em sintonia com a política “mais com menos”, o Itaú impõe um quadro reduzido de pessoal, principalmente de caixas. Na maioria das agências, os gerentes operacionais (Geo) viraram multifuncionais: são obrigados a abrirem caixas e a prestar esclarecimentos a clientes no autoatendimento. Aliás, existe meta específica de operações nesse setor do Banco.
Férias: sem descaso
Para as três famílias proprietárias do Itaú, descanso não é para todos. Apesar de constar na legislação, as férias de 30 dias estão se tornando ‘letra morta’ nas agências de varejo e personnalité. Evidente que não está escrito em nenhum informe interno. Mas, os exploradores de plantão mandam o recado com outras palavras. O caminho não é lutar sozinho ou se isolar. É preciso denunciar ao Sindicato, que já apresentou denúncia ao Ministério Público do Trabalho.
Norte-Sul desaparece
O Sindicato realizou manifestação na agência Norte-Sul, em Campinas, no último dia 27, para protestar contra o fechamento da citada unidade do Itaú, anunciado para o dia 7 de abril. Segundo compromisso assumido pelo Banco, os funcionários serão realocados. O Sindicato exige garantia de emprego. Quem lucrou R$ 15,8 bilhões em 2013 não pode alegar “custo alto” para manter a agência em atividade. Durante a manifestação, os diretores do Sindicato distribuíram carta aberta intitulada “Itaú fecha agência Norte Sul, em Campinas. Sindicato exige garantia de emprego”.
31/03/2014
Meta do Itaú é sugar bancário
“fazer mais, com menos”
Fotos: Júlio César Costa