Coparticipação
As entidades cobraram o retorno dos patamares anteriores; compromisso firmado na citada mesa de negociação sobre alteração estatutária. A coparticipação aumentou em janeiro de 2019, passando de 10%, para exames, e 30% para consultas para 20% e 40%, respectivamente.
Para a diretora do Sindicato, Elisa Ferreira, que participou da reunião virtual. “o problema desse aumento é que pode ficar muito ‘pesado’ para o adoecido, uma vez que não faz nenhum tipo de distinção para exames de alta complexidade. E também o aumento exagerado da coparticipação pode inibir o uso, deixando o associado de cuidar da sua saúde, o que resultará em aumento de custos”. Segundo a diretora do Sindicato “é preciso discutir o modelo de coparticipação, permitindo que seja um instrumento de indução aos cuidados primários, trazendo efeito moderador ao uso do plano, mas sem coibir quem necessita”.
A Cassi assumiu compromisso em realizar reunião sobre o tema no prazo de 15 dias.
Farmácia
As entidades informaram que aguardam posicionamento sobre a revisão da Lista de Materiais e Medicamentos Abonáveis da Cassi (LIMACA), já que muitas patologias severas e recorrentes foram excluídas do programa e a lista de materiais e medicamentos abonáveis teve redução da ordem de 70%.
As entidades cobram a revisão da Limaca, uma vez que a decisão em reduzir o fornecimento de medicamentos ocorreu no início de 2020, logo após as negociações com as entidades sobre a proposta de sustentabilidade. A Cassi destacou que a revisão será realizado até maio deste ano.
Reembolsos para o PAF
As entidades relataram que os associados estão tendo dificuldades em realizar as solicitações de reembolsos para o Programa de Assistência Farmacêutica (PAF), após a alteração na sistemática de envio pela Cassi, que só pode ser feito eletronicamente. A Cassi reconheceu que está com problemas no reembolso e constituiu um grupo de trabalho para identificar as dificuldades que os associados estão tendo e promover melhorias no sistema.
Diante desse quadro, as entidades sugeriram que, enquanto a Cassi busca equacionar o problema, seja aceito o envio dos pedidos de reembolsos pelos Correios, na modalidade papel. A Cassi irá analisar o pedido.
Bancos incorporados
A Cassi declarou ter interesse na adesão dos incorporados e aguarda posicionamento do BB. “O que contraria o que o Banco afirma na mesa dos Incorporados, quando aponta dificuldades. Inclusive o BB declarou que é preciso fazer estudos atuariais com relação ao impacto à Cassi”, destaca a diretora do Sindicato, Elisa Ferreira.
Cassi essencial
Para combater a evasão do Plano Cassi Família e constituir novas receitas, a Cassi informou que em breve terá um novo plano, chamado de Cassi Essencial, cuja mensalidade poderá ser entre 20 a 30% inferior ao do Cassi Família.
De acordo com a Caixa de Assistência, a criação de novos planos é parte da estratégia para garantir sua sustentabilidade no futuro.
A Cassi antecipou algumas características do novo plano; entre elas, o público-alvo são os familiares dos associados. O plano terá abrangência nacional, mas a precificação será regional (as mensalidades iriam variar segundo o local de residência do participante). Terá também rede de atendimento diferente da utilizada para o Plano de Associados e Cassi Família. Haverá a possibilidade de cobrança de coparticipação e franquia pela utilização dos serviços. O produto já foi registrado na ANS e está aguardando o aval do BB.
Resultados da Cassi
A Cassi fechou 2020 com resultado líquido de R$ 1,141 bilhão, se mantendo na posição de maior autogestão do país em número de beneficiários. São mais de 629 mil vidas, sendo que 386.752 estão no Plano de Associados e 243.027 estão no Cassi Família.
Os índices de sinistralidade (76,68%) e eficiência (5,50%) fecharam em equilíbrio com os principais concorrentes do mercado. Houve evolução das reservas totais da Cassi, que hoje somam R$ 3,3 bilhões.
A taxa de administração, que entra como receita para a Cassi como parte do acordo de sustentabilidade, termina neste ano e representa R$ 153 milhões. As projeções atuais já contam com a queda de receita e os novos planos de mercado são uma forma de suprir o fim da taxa.
Avaliação
Para Elisa Ferreira, o resultado positivo é “consequência da negociação com as entidades, que alterou o modelo de custeio, permitindo sustentabilidade à Caixa de Assistência”. A diretora do Sindicato observa, no entanto, que é “impossível saber quanto desse resultado é decorrente da redução do uso do plano pelo associado, por conta da pandemia, que adiou vários tratamentos médicos”.
Ao concluir sua avaliação, a diretora do Sindicato destaca: “mesmo que o resultado seja bom, a Cassi ainda não se encontra em uma posição confortável com relação ao futuro. Portanto, esse é o momento de se fazer investimentos tanto nos processos de gestão como no modelo assistencial de saúde, visando a sustentabilidade no médio e longo prazo. É uma oportunidade que não pode ser perdida”.
Fonte: Contraf-CUT