O compromisso assumido em abril deste ano, em não demitir durante a pandemia do novo coronavírus, deixou de existir e sem motivo justificável.
No primeiro semestre, os bancos atravessaram a pandemia e continuam a travessia sem abalo em suas estruturas, pelo contrário. O serviço bancário não parou, seja dentro das agências ou via teletrabalho (home office). Não faltou inclusive a “mão” santa do governo federal, que editou Medida Provisória (MP) alterando a regulamentação dos bancos para permitir oferta de crédito às micros, pequenas e médias empresas; o Banco Central (BC) liberou as PDDs (Provisão para Devedores Duvidosos), dentre outras medidas.
O resultado não poderia ser outro: lucratividade mantida. O Itaú faturou R$ 8,117 bilhões no primeiro semestre deste ano e demitiu 400 bancários, sendo 130 na área de Veículo. O Bradesco, que lucrou R$ 7,626 bilhões no mesmo período, anunciou no último dia 28 de setembro, em comunicado interno, o pagamento de benefício adicional no desligamento sem justa causa. Já o espanhol Santander, que lucrou R$ 5,989 bilhões, sagrou-se campeão em demissões.
Desde de maio último já cortou cerca de mil postos de trabalho; a meta é reduzir 20% do quadro de pessoal no Brasil, país responsável por 29% do total de seu lucro mundial.
E tem mais: os bancos optaram em fazer provisionamento para os possíveis calotes, mesmo com a liberação dada pelo BC. Óbvio, o lucro caiu. No Santander, por exemplo, com uma reserva de R$ 10,4 bilhões o lucro que seria de R$ 7,749 bilhões, reduziu para o citado R$ 5,989 bilhões.
Os sindicatos exigem que as demissões sejam suspensas, que o compromisso em não demitir durante a pandemia seja reativado.
As instituições financeiras reúnem todas as condições para manter os bancários em seus postos de trabalho. Para que as reivindicações se tornem realidade, no entanto, é preciso a efetiva participação da categoria nas atividades convocadas pelos sindicatos. A exemplo da Campanha Nacional, a unidade na luta é decisiva.
A Diretoria