Compromisso rompido
O Santander rompeu o compromisso assumido com o Comando Nacional dos Bancários, no último dia 24 de março, que garantia os empregos durante a pandemia do novo coronavírus. Segundo matéria publicada no site jornal Folha de S. Paulo, no dia 9 deste mês de junho, o banco espanhol já iniciou processo de demissão, que prevê o corte de 20% do quadro de trabalhadores.
Em comunicado interno, o Santander nega as demissões. Em nota ao jornal, diz que a “informação não é verídica”. No entanto, afirma que o compromisso em não demitir durante a crise sanitária tinha validade de 60 dias, com prazo encerrado no final de maio. Pura balela.
Opinião do Sindicato
Para a diretora do Sindicato, Patrícia Bassanin, que participou da reunião da COE, por videoconferência, a decisão do Santander é arbitrária e deve ser combatida. “Temos informações que nenhum banco, no Brasil ou no mundo, demitiu funcionários em plena pandemia. O Santander está na contramão da história, em completo desrespeito às pessoas que diariamente contribuem para o crescimento econômico da instituição”. No primeiro trimestre deste ano, o banco lucrou R$ 3,9 bilhões; aumentou 10,5% em comparação ao mesmo período do ano passado.
“Curiosamente, no ano passado o Santander não lançou nenhum Plano de Demissão Voluntária (PDV) para não sinalizar ao mercado que estava em processo de encolhimento. No início da pandemia, em anúncios na televisão, tentou vender a imagem de ‘bonzinho’, preocupado com as pessoas que poderiam perder seus empreendimentos. Agora, alardeia que a disseminação da COVID-19 cessou, que voltamos à situação pré pandemia. O ‘novo normal’ do Santander resgata a velha e desgastada tática de demitir para crescer. O que é inaceitável. Aliás, cadê o compromisso social? Em nota ao citado jornal, o banco espanhol afirma que ‘segue inabalável’. Na verdade, deixou de existir”, avalia Patrícia Bassanin.
Cards: Cláudio de Oliveira e Max Francioli.