O Banco do Brasil iniciou a convocação dos funcionários integrantes dos grupos de risco da Covid-19, afastados e em home office, com exceção das gestantes, a retornarem ao trabalho presencial. A decisão unilateral, sem negociação com os sindicatos, foi criticada pela coordenação do Comando Nacional dos Bancários e pela Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB), durante videoconferência realizada com o vice-presidente corporativo e o diretor de pessoas do banco.
No comunicado aos funcionários, o banco exige o ciclo vacinal completo, o que sempre foi defendido pela CEBB, mas somente agora está sendo cobrado. O retorno deve ser gradativo neste mês de novembro e dezembro, observando os percentuais mínimos e 50% (novembro) e 75% (1ª quinzena de dezembro) e 100% (até o final de dezembro).
Para a diretora do Sindicato e representante da Federação dos Bancários de SP e MS na CEBB, Elisa Ferreira, as entidades sindicais “são contra a intempestiva medida, adotada sem discussão alguma e em plena pandemia do novo coronavírus e sob a ameaça de nova onda de infecção. Sem falar na necessidade de uma dose de reforço da vacina”.
Elisa Ferreira destaca que “as agências e demais dependências precisam urgentemente de mais funcionários. Os que trabalharam esse tempo todo da pandemia estão exaustos e as metas continuam a todo vapor. Ao invés do banco contratar mais funcionários, chamando os já aprovados no concurso, por exemplo, tenta tapar esse buraco com a convocação desordenada de funcionários dos grupos de risco ”.
Para respaldar a posição dos sindicatos, a Contraf-CUT entrou em contato com a Fundação Oswaldo Cruz. Segundo a Fiocruz, as pessoas dos grupos de risco poderiam voltar ao trabalho presencial, no atual momento, mediante orientação de um médico. Inclusive essa informação foi repassada ao banco, durante a citada videoconferência.
Descomissionamento: O acordo coletivo sobre trabalho emergencial (Covid-19), aprovado em março do ano passado, prevê que não haverá descomissionamento por desempenho enquanto durar a pandemia. Prevê também a anistia de 10% do saldo total de horas negativas a compensar e prazo de 18 meses para compensação. O Sindicato orienta os funcionários a denunciarem qualquer tipo de ameaça a seus direitos.
Fonte: Contraf-CUT