Alta lucratividade
Itaú: Segundo análise do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), “ainda que as receitas da intermediação financeira tenham caído, as despesas caíram mais, gerando um resultados bruto positivo de R$ 13,7 bilhões e permitindo o crescimento do lucro líquido”.
PDD e pessoal: “As despesas com provisão para devedores duvidosos (PDD) foram reduzidas em 71,1% em relação ao mesmo período de 2020, totalizando R$ 3,1 bilhões em março deste ano”. As despesas de pessoal, por sua vez, esclarece o Dieese, cresceram 18,5%, somando R$ 6,2 bilhões.
Bradesco: Segundo o relatório do banco, o crescimento observado em relação ao primeiro trimestre de 2020, é “reflexo de menores despesas com PDD e da redução das despesas operacionais, além do aumento da margem financeira com clientes e mercado e do resultado das operações de seguros”.
PDD e pessoal: As despesas com provisão para devedores duvidosos (PDD) foram reduzidas em 35,7% em relação ao mesmo período de 2020, totalizando R$ 4,7 bilhões em março deste ano. As despesas de pessoal, incluindo a PLR, caíram 4,6%, somando R$ 4,8 bilhões.
Santander: Segundo do Dieese, o banco espanhol “acelera a tendência de forte crescimento dos últimos anos”. Mesmo durante a pandemia “cresceu o número de clientes, especialmente o número de clientes digitais”. As receitas de tarifas e prestação de serviços cresceram 8,2% em 12 meses, passando para R$ 4.852 bilhões.
PDD e pessoal: As despesas com provisão para devedores duvidosos (PDD) recuaram 7,7% em relação ao mesmo período de 2020, totalizando R$ 3,2 bilhões no primeiro trimestre deste ano. As despesas de pessoal, estão em queda: R$ 2.249 bilhões no primeiro trimestre deste ano; R$ 2.352 bilhões no mesmo período de 2020.
Despesas administrativas: Em função do home office, o Santander economizou R$ 42,8 milhões em quatro itens (alugueis, transportes e viagens, serviço do sistema financeiro e manutenção e conservação de bens) em relação ao mesmo período de 2020.
Economista do Dieese avalia
Para a economista Vivian Machado, técnica do Dieese, “é um resultado muito expressivo para um ano de pandemia e com um cenário econômico tão delicado no país”.
Quanto à PDD, Vivian Machado esclarece: “no 1º trimestre do ano passado, houve queda nos balanços, mas não necessariamente por problemas na atividade financeira. O que houve é que, diante de um cenário imprevisível, com a pandemia decretada, os bancos subiram o provisionamento, temendo uma explosão da inadimplência (não pagamento de empréstimos e outros compromissos)”.
No primeiro trimestre deste ano, como demonstram os balanços, os bancos reduziram a PDD. “Essa é uma das razões do crescimento expressivo que se observa em relação ao 1º trimestre de 2020”, explica a economista do Dieese.
Itaú: Raio-X
Funcionários: 84.415 (Brasil)
Postos de trabalho: abertura de 2.308 em 12 meses (áreas de TI e incorporação dos trabalhadores da ZUP/tecnologia).
Agências físicas: 3.041 (fechadas 115 no país em 12 meses).
Agências digitais: 195
Santander: Raio-X
Funcionários: 44.806
Postos de trabalho: 2.386 fechados em 12 meses.
Abertura de 207 no primeiro trimestre deste ano.
Agências: 2.119. Entre 2015 e 2019, o Santander aumentou 66 agências. Desde então, 209 foram fechadas.
Bradesco: Raio-X
Funcionários: 88.687
Postos de trabalho: 8.547 fechados em 12 meses.
Agências físicas: 3.312 (1.088 fechadas em 12 meses).
Unidades de Negócios: 766 (700 abertas em 12 meses)
Lucro recorde. Meta recorde
Os três maiores bancos privados do país (Itaú, Bradesco e Santander) bateram o recorde de lucro no primeiro trimestre deste ano. No mesmo ritmo, os bancos exigem que os funcionários batam o recorde em metas que, na maioria das vezes, são abusivas. Na verdade, inatingíveis, ainda mais em tempos de pandemia de Covid-19.
A cobrança exagerada dos gestores, diariamente, gera insegurança, medo, ansiedade, estresse e resulta no adoecimento do trabalhador bancário. O que é desumano. O vice-presidente do Sindicato, Lourival Rodrigues, orienta os bancários a denunciarem os excessos. “Como o problema ocorre em todos os bancos, o Sindicato defende a abertura de negociação com a Fenaban, em mesa específica ou mesmo no Comitê de Crise que discute medidas e protocolos de prevenção contra a Covid-19. Quanto aos abusos ocorridos em Campinas e Região, os bancários devem informar o Sindicato, possibilitando assim ações pontuais”. O vice-presidente destaca outro caminho: denúncia no Ministério Público do Trabalho (MPT).