A Fenaban não apresentou nova contraproposta de acordo coletivo, durante a oitava rodada de negociação com o Comando Nacional dos Bancários realizada no último dia 4, em São Paulo. Manteve o reajuste de 6% (0,7% de aumento real), não discute emprego e nem melhora a PLR. Em outras palavras, a intransigência entrou em cena. Reunido após o encerramento da rodada, o Comando considerou uma PROVOCAÇÃO a ausência de novos parâmetros, novos números para construir uma nova Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e definiu um calendário de mobilização. No dia 12 deste mês de setembro (quarta-feira), assembleia em todo o país para decidir pela deflagração de greve a partir do dia 18; na véspera da greve, dia 17, nova assembleia organizativa da mobilização. Em Campinas, a assembleia do dia 12 será na sede do Sindicato, às 19h.
Para o presidente do Sindicato, Jeferson Boava, integrante do Comando e presente na rodada do dia 4, chegou a hora de pressionar os bancos com a linguagem que entendem; ou seja, GREVE. “É inaceitável a postura da Fenaban. Inclusive o Comando decidiu enviar ofício aos bancos deixando claro que permanece aberto ao diálogo até o dia da assembleia. Queremos construir a nova CCT, mas que contemple os anseios da categoria. Sem diálogo, a greve será nossa resposta. Até porque condições financeiras para atender nossas propostas existem”. Jeferson se refere ao lucro dos seis maiores bancos no primeiro semestre: R$ 25,2 bilhões; 1,20% maior que o resultados em igual período de 2011, mesmo com a manobra contábil de superdimensionar as provisões para devedores duvidosos diante de uma inadimplência estável e com viés de queda.
Aumento real de verdade
Apesar de ser um dos setores mais lucrativo da economia, os bancos não querem distribuir parte de seus ganhos com quem contribui diariamente. O aumento real incluído no reajuste de 6% é de apenas, como dito acima, 0,7%; muito distante de outras categorias de trabalhadores que fecharam acordo no primeiro semestre deste ano. Segundo balanço divulgado no último dia 30 pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), quase todos os acordos salariais assinados no período resultaram em aumentos reais de salário para os trabalhadores; na média, os ganhos foram 2,23% acima da inflação. “Mais que o triplo do 0,7% de aumento real proposto pela Fenaban. Quer dizer, reajuste de 6% é totalmente insuficiente. Mas, para mudar esse quadro, será preciso intensificar a pressão. Com certeza, a categoria vai mostrar mais uma vez a disposição de luta”, avalia o presidente do Sindicato.
Bancos Públicos – Ao mesmo tempo em que comunicará a Fenaban que está aberto ao diálogo até à assembleia, o Comando irá cobrar dos bancos públicos (Banco do Brasil e Caixa Federal) propostas para as reivindicações específicas. “A mesa é única. BB e Caixa disseram que iriam aguardar a Fenaban. E agora? Exigimos respostas”, frisa o presidente Jeferson.
Saúde, segurança e assédio moral
De concreto, além da insuficiente contraproposta de 6%, os bancos concordam com a criação de projeto-piloto para prevenir assaltos e sequestros e a manutenção dos salários dos bancários afastados que aguardam perícia médica, até à regularização junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). No que se refere ao assédio moral, a Fenaban aceitou rediscutir o Programa de Prevenção de Conflitos no Ambiente de Trabalho, conquistado na Campanha de 2010.
Principais reivindicações
– Reajuste salarial de 10,25% (5% de aumento real).
– PLR de três salários mais R$ 4.961,25 fixos.
– Piso da categoria equivalente ao salário mínimo do Dieese (R$ 2.416,38).
– Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
– Auxílio-educação para graduação e pós.
– Auxílio-refeição e vale-alimentação e cesta equivalente (cada um) ao salário mínimo nacional (R$ 622,00).
– Emprego: aumentar as contratações, acabar com a rotatividade, fim das terceirizações, aprovação da Convenção 158 da OIT (que inibe demissões imotivadas) e ampliação da inclusão bancária.
– Cumprimento da jornada de 6 horas para todos.
– Fim das metas abusivas e combate ao assédio moral para preservar a saúde dos bancários.
– Mais segurança nas agências e postos.
– Previdência complementar para todos os trabalhadores.
– Contratação total da remuneração, o que inclui a parte variável.
– Igualdade de oportunidades.
EDITAL ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA
O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Campinas e Região, inscrito no CNPJ/MF sob o nºº 46.106.480/0001-70, Registro sindical nºº 006.132.02541-7, por seu presidente abaixo assinado, convoca todos os empregados em estabelecimentos bancários dos bancos públicos e privados, sócios e não sócios, da base territorial deste sindicato, dos municípios de Aguaí, Águas de Lindóia, Águas da Prata, Americana, Amparo, Artur Nogueira, Cabreúva, Campinas, Cosmópolis, Elias Fausto, Engenheiro Coelho, Espírito Santo do Pinhal, Estiva Gerbi, Holambra, Hortolândia, Indaiatuba, Itapira, Itatiba, Jaguariúna, Lindóia, Louveira, Mogi Guaçu, Mogi Mirim, Morungaba, Monte Mor, Monte Alegre do Sul, Nova Odessa, Pedreira, Paulínia, Santo Antonio do Jardim, Santo Antonio de Posse, São João da Boa Vista, Serra Negra, Socorro, Sumaré, Valinhos e Vinhedo, para a assembleia geral extraordinária que se realizará no dia 12 de setembro de 2012, às 18:30h, em primeira convocação, e às 19:00h, em segunda convocação, no endereço da sede do sindicato à Rua Ferreira Penteado, nº 460, Centro, Campinas/SP, para discussão e deliberação acerca da seguinte ordem do dia: 1. Avaliação e deliberação sobre a rejeição da contraproposta apresentada pela FENABAN na reunião de 28/08/2012, à minuta de reivindicações entregue em 01/08/2012; 2. Deliberação acerca de paralisação das atividades por prazo indeterminado a partir da 00h00 do dia 18/09/2012.
Campinas, 06 de setembro de 2012.
Jeferson Rubens Boava – Presidente
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