O presidente do Sindicato, Jeferson Boava, defendeu a contratação total (fixa, indireta e variável) durante o painel sobre Remuneração, realizada na tarde desta sexta-feira na Expo Unimed, em Curitiba, antes da abertura oficial da 14ª Conferência Nacional dos Bancários. Jeferson defendeu também a elevação do piso da categoria. “É preciso avançar mais. Temos que lutar para garantir piso digno, aumento real, plano de cargos e salários para todos. Temos que garantir também uma remuneração que seja preservada no momento em que o trabalhador bancário deixe a vida laboral”.
Já a técnica do Dieese, Cátia Uehara, fez uma avaliação do tema entre os anos 1999 e 2010. Destacou que a mobilização da categoria assegurou avanços, como aumento real e novo formato de pagamento da PLR (Participação nos Lucros e Resultados). Apesar de garantir avanços, a técnica Cátia observou que cresceu a terceirização, os correspondentes bancários e a intensificação do trabalho no setor bancário. Cátia observou também que no período aumentou a concentração no sistema: em 1999, existiam 194 bancos; em 2010, 157. No setor público, eram 19 bancos em 1999; em 2010, apenas nove. Os lucros dos bancos não cessaram de crescer, ultrapassando em 2011 a cifra de R$ 50 bilhões.
Média salarial baixa
A mobilização dos bancários garantiu 13,93% de aumento real nos últimos oito anos. A média salarial da categoria, no entanto, não reflete essa realidade: cresceu apenas 3,6% nesse período, principalmente em função da rotatividade no sistema financeiro, utilizada pelas empresas para reduzir a folha de pagamentos. Os bancos trocam profissionais com salários mais altos por novos empregados com remuneração mais baixa.
Em 2004, o bancário recebia, em média, R$ 4.279. O valor subiu para R$ 4.435 em 2011 – crescimento de 3,6%. No mesmo período, a lucratividade dos maiores bancos saltou de R$ 23,32 bilhões para R$ 53,42 bilhões – aumento de 230,43%.
SEEB Campinas, com Rede de Comunicação dos Bancários
Foto: Nando Neves