A Caixa propõe que o piso seja o da ref. 101 do PCS 98, hoje em R$1.244,00, e que o teto seria o da ref. 95 do PCS 89, incorporados as Vantagens Pessoais sobre o Salário Padrão (VP-SP=1/3 do SP) e das Vantagens Pessoais por Tempo de Serviço pelo seu maior valor (VP-TS=1/12 do SP). Inclui também os R$ 30,00 da campanha de 2004 incorporados nominalmente, totalizando R$3.666,00 “arredondados” pela Caixa para R$ 3.700,00.
Número de referencias e tamanho do interstício:
A proposta prevê 72 referências, o que daria um interstício de 1,55%, se aplicadas ao Piso e Teto definidos pela Caixa.
Problema:
a tabela com 72 referências ficaria muito longa e a promoção ficaria concentrada no merecimento, já que por antiguidade não poderia ser mais do que uma referência a cada dois anos. Sem falar que não há garantias para a promoção por merecimento. O que nos remete ao PCS 89, quando a Caixa suspendeu a promoção. Defendemos o número de 36 referências, como o PCS da carreira profissional, que daria um interstício de 3,16%.
Promoção por merecimento:
A Caixa se comprometeu em retomar as promoções por merecimento. Inclusive delineou os critérios objetivos e subjetivos.
A Comisso de Empresa dos Empregados pontuou que os critérios devem ser objetivos e que não aceitará critérios vinculados a metas de venda de produtos. O momento é de ampliar as discussões na categoria e coletar sugestões para a plenária que irá acontecer no dia 16 deste mês, visando apresentar uma proposta concreta à empresa.
A visão da Caixa e de certos setores do movimento sindical é de tratar a promoção por merecimento como dependente da disponibilidade orçamentária da empresa, de forma que o montante de promoções ofertadas seria definido anualmente. Isso criaria a necessidade de incluir a discussão deste montante na mesa de Campanha Salarial. O que seria um óbvio desserviço à categoria, ao criar uma nova forma de pressão da empresa sobre os empregados. Esse é o modelo dos antigos “deltas”, completamente ultrapassado. Além disso, é de conhecimento público o desejo da Caixa e de seu sócio francês de vincular a idéia de desempenho à venda de produtos de fidelização, e assim aumentar ainda mais a pressão sobre o trabalhador e os lucros da multinacional.
Outra visão mais progressista, lapidada pelo GT do RS nos seus quatro meses de encontros semanais, é tratar a promoção por merecimento como um DIREITO do trabalhador que, ao desempenhar corretamente a sua função na empresa, garante sua promoção. Para que isso aconteça os critérios de promoção devem ter um caráter participativo; ou seja, os objetivos da unidade devem ser definidos pelos trabalhadores, em consonância com as diretrizes da empresa, mas levando em conta as possibilidades materiais e humanas da unidade. Dentro deste panorama os empregados seriam avaliados pelos seus colegas de trabalho, chefes, subordinados e por si mesmo, garantindo uma visão mais ampla sobre seu desempenho.
Enquadramento na nova tabela:
Pela proposta da Caixa, o enquadramento se daria por aproximação salarial. Para o escriturário, somaria o Salário Padrão mais as VP-SP e as VP-TS, entrando então na nova tabela com valor igual ou imediatamente superior a esta soma, permanecendo o pagamento do ATS, agora calculado sobre este novo Salário Padrão. O TB seria enquadrado na referência igual ou imediatamente superior ao seu Salário Padrão atual. Quanto ao TBS, sinalizou a possibilidade de inclusão na nova tabela.
sugerir o enquadramento por aproximação salarial é esquecer o histórico de cada funcionário dentro da empresa e criar grandes distorções entre os trabalhadores. O enquadramento deve considerar o tempo de serviço do empregado, compensando mesmo que parcialmente, todos os anos não contemplados com promoção por merecimento, com o salário crescendo uma referência a cada dois anos. Isso permitiria que os trabalhadores que tem em torno de 20 anos de empresa (admitidos no concurso de 89) chegassem ao topo da nova tabela nos anos que faltam até a aposentadoria.
Os pontos levantados acima de forma alguma esgotam o assunto, sendo apenas um pano de fundo para as discussões entre os empregados. É fundamental que todos participem, conversem entre si, levantem dúvidas e sugestões, que podem ser enviadas ao sindicato através do email pcscaixa@sindicatocp.org.br, com o intuito de serem apresentados na plenária do dia 16 de maio próximo, em Brasília.