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“É um tema extremamente importante para o movimento sindical e que vem sendo debatido também no calendário com a Fenaban. Os bancários, por tradição, têm essa preocupação com assegurar oportunidades iguais para todos”, diz a diretora do Sindicato, Maria Aparecida, a Cida, que representou a Feeb-SP/MS na mesa de negociação.
A avaliação após encontro é positiva e de acordo com os dirigentes sindicais, o Banco do Brasil tem mostrado um comprometimento crescente com a diversidade e a igualdade de oportunidades. Porém, ainda há muito trabalho pela frente. “Precisamos garantir que todas as ações e programas sejam realmente efetivos e reflitam uma mudança cultural dentro da instituição”, ressalta Cida.
Temas debatidos na reunião desta sexta-feira:
Igualdade de Oportunidades
O Banco do Brasil apresentou um panorama atual sobre a igualdade de oportunidades dentro da instituição. Atualmente, o banco conta com 25.724 funcionários negros, o que representa 29,51% do quadro total. Desses, 2.130 ocupam posições de liderança, correspondendo a 28,24% dos líderes.
O banco também destacou o programa “Raça é Prioridade”, que conta com 150 pessoas em processo de aceleração para liderança. Além disso, os processos seletivos já existentes possuem uma cota racial.
Mulheres
O Banco do Brasil possui atualmente 35.681 mulheres em seu quadro funcional, representando 40,94% do total de funcionários. No entanto, 26,79% dos líderes do banco são mulheres.
Para aumentar a representatividade feminina em cargos de liderança, o banco apresentou programas com ações afirmativas direcionadas a mulheres. Foi citado um concurso recente para superintendente regional, no qual cerca de 70% dos aprovados foram mulheres, como parte do esforço da empresa para aumentar a participação feminina em posições de liderança.
Demandas da CEBB
A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) cobrou do banco programas que incluam cotas nos concursos públicos para pessoas trans e mais ações afirmativas para pessoas com deficiência (PCDs).
Canal de Assédio Moral
O Banco do Brasil atendeu à reivindicação do movimento sindical e divulgou o crescimento dos números do canal de denúncias, destacando sua efetividade. Em 2022, 26,9% dos protocolos envolvendo conduta de cunho sexual resultaram em demissões por assédio sexual. Em 2023, esse percentual aumentou para 45,9%. Nos primeiros seis meses de 2024, 65% dos processos de cunho sexual já resultaram em demissões.
“É fundamental que o canal de denúncias seja eficiente e transmita confiança para que as vítimas se sintam seguras em reportar casos de assédio. Esse aumento nos números de demissões é um reflexo positivo da seriedade com que o Banco do Brasil está tratando essas questões”, afirmou Cida.
Discriminação
Desde junho do ano passado, foram catalogados os números de condutas indevidas. Nesse período, 17 denúncias foram investigadas, das quais 65% envolveram raça, 17% gênero, 12% homofobia e 6% crença religiosa. No segundo semestre do ano passado, foi registrada a primeira demissão por racismo na história do Banco do Brasil.
Nome Social
O movimento sindical reivindica que todas as pessoas que utilizam um nome distinto do registro civil tenham o direito de usar o nome social, dentro da política de respeito à diversidade, para acabar com a discriminação a colegas LGBTQIA+. O Banco do Brasil informou que essa mudança já está em processo e se comprometeu a trazer atualizações no próximo encontro.
Licença Parental
Outra reivindicação é a licença parental remunerada de 12 meses, a partir do nascimento, adoção ou do fato gerador do direito à licença parental, para cada pessoa de referência da criança ou do adolescente, limitada ao máximo de duas pessoas, sem prejuízo do emprego ou salário, para o desempenho da atividade parental. No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do parto e se estenderá por período igual ao da internação hospitalar do prematuro. Se a pessoa gestante desejar iniciar a licença antes do parto, a outra pessoa de referência poderá optar por iniciar a sua licença a partir do parto. O banco se comprometeu a analisar a pauta e afirmou reconhecer o benefício desta reivindicação.
Etarismo
A CEBB também reivindicou políticas para combater o preconceito etário. Grande parte da discriminação contra pessoas mais velhas está relacionada a estereótipos, como dificuldades no aprendizado e com a tecnologia, além de problemas de integração ao ambiente.
“Precisamos quebrar os estigmas associados à idade e garantir que todos os trabalhadores, independentemente da faixa etária, tenham oportunidades justas e equitativas. O conhecimento dos trabalhadores mais experientes são inestimáveis para a empresa”, destacou Cida.
Pessoas com deficiência
A Comissão reivindica a inclusão de políticas afirmativas para PCDs e neurodivergentes, além de ampliar a redução da jornada de trabalho para pais e responsáveis por dependentes com deficiência física e/ou mental, para 3 e 2 horas dos funcionários de 8 e 6 horas, respectivamente. Atualmente, considerando todos os cargos do Banco do Brasil, os PCDs representam 2,86%.
O banco contou ter iniciado dois grandes projetos para apoio e orientação aos gestores, acompanhamento dos funcionários e diálogo com a equipe que os recebe, além de prestar atendimento psicológico. Neste ponto, o movimento sindical levanta a possibilidade de acumular auxílio a filho com deficiência com auxílio creche.
Devido à amplitude do tema, o movimento sindical avalia a necessidade de uma mesa específica para tratar de PCDs e neurodivergentes.
A próxima reunião será no dia 26 de agosto, em São Paulo, sobre saúde e condições de trabalho.
(Com informações Contraf-CUT – texto editado pelo Sindicato)