SHEILA D’AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A discussão sobre a criação de fundo de aval numa parceria entre os setores público e privado para reduzir o custo dos empréstimos para as empresas e também o “spread” bancário se tornou uma desculpa para o governo ensaiar uma trégua com os bancos privados e tentar pôr fim à contenda que se arrasta há, ao menos, três meses.
Encontro, ontem, convocado pelo ministro Guido Mantega (Fazenda) e do qual participaram Fábio Barbosa (Febraban), Marcio Cypriano (Bradesco), Henrique Meirelles (BC) e o secretário extraordinário para reformas econômico-fiscais, Bernard Appy, teve por trás de uma pauta técnica motivos políticos.
A Folha apurou que a reunião foi resultado de uma série de encontros isolados, realizados nas últimas semanas, entre Mantega, Meirelles e representantes do sistema financeiro. Na tentativa de conter as reclamações dos bancos, eles ouviram queixas sobre as críticas iniciadas dentro do governo.
Os bancos também subiram o tom e, agora, sustentam para o governo que o tiro poderá sair pela culatra. Argumentam que, ao fazer campanha contra os bancos, o governo poderá fragilizar o sistema financeiro nacional. O resultado seria perda de todos os lados, já que a oferta de crédito pelos bancos é fundamental para a retomada do crescimento.
Além disso, dizem que é melhor encontrar soluções em conjunto para todo o sistema do que usar a Caixa e o BB, já que essa estratégia pode sair caro se houver aumento da inadimplência.
Meirelles e Mantega sustentam que mexer no “spread” e reduzir os custos são determinação de Lula e não há volta.
Nos bastidores, Meirelles tem defendido que não há motivo para tanto alvoroço no mercado pois é possível fazer mudanças com alterações tributária e a aprovação do cadastro positivo (banco de dados com histórico dos bons pagadores), o que terá repercussão no “spread” -valor cobrado a mais pelos bancos para repassar aos clientes o dinheiro captado no mercado.
Com isso, ele tenta amenizar a crise que, segundo integrantes do governo, foi iniciada pelo próprio Meirelles. No final de 2008, para tentar diminuir as pressões sobre o BC em relação aos juros, Meirelles convenceu Lula de que o centro do problema estava nos “spreads”.
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A discussão sobre a criação de fundo de aval numa parceria entre os setores público e privado para reduzir o custo dos empréstimos para as empresas e também o “spread” bancário se tornou uma desculpa para o governo ensaiar uma trégua com os bancos privados e tentar pôr fim à contenda que se arrasta há, ao menos, três meses.
Encontro, ontem, convocado pelo ministro Guido Mantega (Fazenda) e do qual participaram Fábio Barbosa (Febraban), Marcio Cypriano (Bradesco), Henrique Meirelles (BC) e o secretário extraordinário para reformas econômico-fiscais, Bernard Appy, teve por trás de uma pauta técnica motivos políticos.
A Folha apurou que a reunião foi resultado de uma série de encontros isolados, realizados nas últimas semanas, entre Mantega, Meirelles e representantes do sistema financeiro. Na tentativa de conter as reclamações dos bancos, eles ouviram queixas sobre as críticas iniciadas dentro do governo.
Os bancos também subiram o tom e, agora, sustentam para o governo que o tiro poderá sair pela culatra. Argumentam que, ao fazer campanha contra os bancos, o governo poderá fragilizar o sistema financeiro nacional. O resultado seria perda de todos os lados, já que a oferta de crédito pelos bancos é fundamental para a retomada do crescimento.
Além disso, dizem que é melhor encontrar soluções em conjunto para todo o sistema do que usar a Caixa e o BB, já que essa estratégia pode sair caro se houver aumento da inadimplência.
Meirelles e Mantega sustentam que mexer no “spread” e reduzir os custos são determinação de Lula e não há volta.
Nos bastidores, Meirelles tem defendido que não há motivo para tanto alvoroço no mercado pois é possível fazer mudanças com alterações tributária e a aprovação do cadastro positivo (banco de dados com histórico dos bons pagadores), o que terá repercussão no “spread” -valor cobrado a mais pelos bancos para repassar aos clientes o dinheiro captado no mercado.
Com isso, ele tenta amenizar a crise que, segundo integrantes do governo, foi iniciada pelo próprio Meirelles. No final de 2008, para tentar diminuir as pressões sobre o BC em relação aos juros, Meirelles convenceu Lula de que o centro do problema estava nos “spreads”.
Fonte:Folha de S.Paulo