Houve um tempo em que gerente de banco não falava com qualquer um, não! Só chegava a ele quem precisasse de mais do que já tinha em conta. Era uma instância de poder só pra quem pode: funcionava para os ricos do bairro da mesma forma que o vigário local, pros pobres da vizinhança. A seleta clientela o reverenciava como um verdadeiro sacerdote no confessionário de pedido de empréstimo.
Gerente de banco, hoje em dia, só não é um operador de telemarketing como outro qualquer porque você sabe com quem está falando quando ele liga pra vender títulos de capitalização, aposentadoria privada, empréstimos, seguro de automóvel, fundo DI, tudo que porventura faltar para o pobre coitado atingir a meta mensal desumana que o cargo lhe impõe. Em época de crise, então, dá pena!
Conheço gente que de vez em quando faz uma aplicaçãozinha ou efetiva um débito automático só para ajudar seu gerente a não levar trabalho pra casa. Não deixa de ser uma espécie de dízimo que os bancos nos cobram por conta dessa nossa compaixão pelo próximo.
Gerente de banco, hoje em dia, só não é um operador de telemarketing como outro qualquer porque você sabe com quem está falando quando ele liga pra vender títulos de capitalização, aposentadoria privada, empréstimos, seguro de automóvel, fundo DI, tudo que porventura faltar para o pobre coitado atingir a meta mensal desumana que o cargo lhe impõe. Em época de crise, então, dá pena!
Conheço gente que de vez em quando faz uma aplicaçãozinha ou efetiva um débito automático só para ajudar seu gerente a não levar trabalho pra casa. Não deixa de ser uma espécie de dízimo que os bancos nos cobram por conta dessa nossa compaixão pelo próximo.
* Artigo publicado na coluna “Tutty Humor” do jornal O Estado de S. Paulo, edição do dia 22 de novembro, Caderno Cidades/Metrópole.