
A COE/Itaú se reuniu nesta segunda-feira (15/09) com a direção do banco para tratar das mais de 1.000 demissões realizadas na última semana, após monitoramento digital que, segundo o Itaú, apontou baixa produtividade de empregados em regime remoto e híbrido.
A representação dos trabalhadores cobrou transparência sobre as métricas utilizadas, destacando que muitos dos desligados cumpriam a rotina exigida e, em alguns casos, haviam recebido promoções e prêmios por desempenho nos últimos meses. O banco, no entanto, foi categórico: não irá rever as demissões.
Em resposta, o movimento sindical organiza, dentro de uma ação nacional, um dia de luta contra a postura arbitrária do Itaú.
“O Itaú desrespeita trabalhadores que sempre cumpriram suas funções e é por isso que devemos transformar nossa indignação em mobilização para defender nossos direitos e colocar limites ao uso abusivo da tecnologia”, afirma a diretora do Sindicato, Daniele Miyachiro, que integra a COE, representando também a Feeb-SP/MS.
Falhas nas métricas
De acordo com informações apuradas pelos sindicatos, o Itaú utilizou softwares que medem períodos de inatividade nos computadores corporativos. O banco justificou as dispensas como resultado de uma “revisão criteriosa de condutas relacionadas ao trabalho remoto e ao registro de jornada”.
Para os sindicatos, entretanto, a decisão preocupa não só pela chance de falhas nas métricas de monitoramento, como também pela ausência de diálogo e advertências prévias. A repercussão nacional do caso, por sinal, levou o Ministério Público do Trabalho (MPT) a abrir investigação sobre as dispensas e o uso de controle eletrônico. O movimento sindical também estuda acionar o judiciário.

