
“Todas foram enriquecedoras e importantes, com números e dados da situação do plano de saúde e previdência, além de discurso bem humanizado sobre a questão da inteligência artificial e seus impactos nas relações de trabalho”, destaca o diretor do Sindicato, Marcelo Lopes de Lima.
A mesa sobre Inteligência Artificial, bancos digitais e futuro da Caixa destacou que a transformação digital deve ter o respeito ao ser humano como prioridade. O debate também abordou a importância de cursos e treinamentos, como o Caixaverso, para preparar os trabalhadores para os novos desafios.
Ainda foi reforçada a necessidade de proteção, participação e requalificação contínua diante da rápida evolução tecnológica, além da defesa da missão social do banco.

Saúde Mental e gestão do Saúde Caixa
A mesa sobre o Saúde Caixa abordou a relação entre adoecimento mental da categoria e a sustentabilidade do plano. Entre os dados apresentados, os representantes sindicais alertaram que quase 75% dos afastamentos na Caixa em 2024 foram motivados por questões de saúde mental, principalmente ansiedade, estresse e depressão, exacerbadas por pressão por metas, assédio, falta de pessoal e ritmo de trabalho intenso.
Pesquisas da Fenae mostraram que muitos trabalhadores não registram CAT por medo de retaliação, e que práticas de gestão, incluindo venda de produtos inadequados e risco de descomissionamento, contribuem significativamente para o sofrimento.
O psicólogo, doutor e mestre em Psicologia Social, André Guerra, um dos responsáveis pela pesquisa da Fenae, explicou que os resultados ainda são preliminares, mas ressaltou que os números mostram que hoje as pessoas não adoecem mais apenas por questões físicas, mas também por questões mentais.
O diretor do Sindicato, Gabriel Musso, apresentou uma proposta de estudo para a criação de um novo modelo de gestão do Saúde Caixa. Em defesa da tese, elaborada pela corrente política Unidade Sindical, propôs o estudo um novo modelo de gestão do Saúde Caixa, em que os usuários tenham controle e participação efetiva nas decisões.
“O objetivo é criar um grupo de estudo que avalie a viabilidade de um novo modelo, para ser apresentado no próximo Conecef, construindo soluções que garantam a sustentabilidade e a continuidade do plano no futuro.”
Segundo ele, no atual cenário, identificar os problemas é fácil, pois os participantes do plano têm vivência, ciência da situação financeira e muitas propostas de gestão, incluindo prevenção e programas de saúde, mas a gestão está concentrada na Caixa, e o plano não apresenta melhorias significativas.
Ele explicou que a Caixa já paga o teto e que qualquer custo adicional recai sempre sobre os trabalhadores, destacando que, desta forma, “as decisões sobre os gastos são tomadas por quem não paga”.
“O teto funciona como incentivo estrutural, e os custos administrativos — cerca de R$ 180 milhões — são geridos por apenas 190 empregados para 280 mil vidas, representando apenas 3% do total das despesas. É pouco. A falta de transparência impede que os participantes acompanhem a gestão e não há incentivo da Caixa para fornecer essas informações.”
Funcef
A última mesa do dia destacou a Funcef e a importância da defesa da Caixa pública para a manutenção de benefícios como a Funcef e o Saúde Caixa. O diretor de Benefícios da Funcef, Jair Pedro Ferreira, apresentou o fundo como o terceiro maior plano de previdência complementar do país, responsável pelo pagamento de R$ 550 milhões em benefícios mensais e com patrimônio de R$ 110 bilhões.
Ele ressaltou a longevidade dos beneficiários, com destaque para mulheres centenárias, e explicou o acordo de contencioso firmado com a Caixa em dezembro de 2024, que visa reduzir passivos judiciais e garantir a sustentabilidade dos planos. A mesa também abordou a incorporação do REB e a luta por dignidade no pós-emprego.
“Os números são importantes e assustam bastante, reafirmando a importância do Saúde Caixa e da união de todos em sua defesa. Sabemos que existe um déficit grande e devemos nos unir contra a proposta da Caixa, que insiste em manter o teto de 6,5%, o que pode tornar o plano inviável para muitos empregados”, completa Marcelo.
Participaram pelo Sindicato também os diretores Lilian Minchin e Carlos Augusto Silva (Pipoca), além de delegados convidados.
(Com informações Contraf-CUT)

