
O encontro, em formato híbrido, reuniu cerca de 100 participantes, em sua maioria mulheres, para discutir o adoecimento mental impulsionado pela sobrecarga e acúmulo de funções, desigualdade no mercado de trabalho e diferentes formas de violência de gênero.
Foram aprovadas pelas participantes três, das cinco, propostas apresentadas, de políticas públicas que serão levadas para a 5ª Conferência Nacional de Política para Mulheres, marcada para setembro, em Brasília.
São elas:
- Alocação de recursos para implantação de equipamentos públicos como Cozinha Solidária, Lavanderia Solidária, Creches de período integral e Cuidotecas, com foco em mães de baixa renda para garantir qualidade de vida para essas famílias.
- Financiamento de projetos comunitários de acolhimento e combate à violência doméstica. Criar espaços de acolhimento e de proteção às mulheres e seus filhos vítimas de violência. Aumento da pena para os agressores para uma pena mínima de 2 a 10 anos. E obrigatoriedade de comparecimento em grupos de apoio e educação sobre esta prática ilegal, irresponsável e conscientização de sua monstruosidade.
- Implantação de projetos para criação de grupos de leitura nas escolas de periferia, com foco no empoderamento de meninas através do incentivo à leitura de mulheres, com o objetivo de criar senso crítico e reconhecimento, aumentando a conscientização de seu horizonte de possibilidades, para um acolhimento plural e abrangente, ensinando o respeito de forma indistinta de gênero, raça, etnia e Nacionalidade.
Também foram definidas as delegadas representantes do evento na nacional, segundo critérios do Governo Federal: Katia Tavernaro (titular, do Sindicato dos Bancários de Campinas e Região); Denia Almeida (titular, do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro); Simone Patette (suplente); Eliana Cristo (suplente, professora).
“Fico muito feliz em poder representar o Sindicato na Nacional e, especialmente, por todo o conteúdo desta conferência, pelo debate importante e falas tão ricas e emocionantes”, disse a diretora Katia Tavernaro.
Resumo da Programação

A conferência começou com a abertura da vice-presidente do Sindicato, Ana Stela Alves de Lima, que relembrou a trajetória da ativista norte-americana Rosa Parks, ícone do movimento negro.
“Conto essa história, que é conhecida de muitos, porque considero que ela continua se aplicando a nós, mulheres da sociedade atual. O debate não é sobre direitos restritos às mulheres, mas sobre direitos que beneficiam todos”, afirmou.
A programação contou com a leitura de poesias da escritora e estudante Geovana Braga, integrante do Clube de Leitura Black Girls. Houve ainda palestra de Eliana Cristo, professora licenciada em História, integrante da Secretaria Estadual de Educação de SP e coordenadora do mesmo clube, que abordou identidade, gênero e raça a partir da literatura.
“Não tenho dúvidas de que a literatura é um ato político e é capaz de mudar perspectivas e colocar jovens da periferia, jovens negros, nas universidades. A leitura desenvolve jovens mais comprometidos e humanos para ocupar seu papel na sociedade”, destacou Eliana.
Também participou a advogada Dra. Luciana Barreto, sócia do escritório LBS Advogadas e Advogados e coautora do livro Cuidadania. Ela apresentou palestra sobre políticas e direitos das mulheres, ressaltando a importância da atuação jurídica para garantir igualdade no mercado de trabalho e combater a violência.
“Importante pensarmos em novas leis que reflitam o espaço que estamos e esse evento cumpriu esse papel de debate, sendo um encontro em busca de políticas que respeitem as adversidades das mulheres do nosso tempo”.





