
Integrado na ferramenta VAI, o método impõe seis pilares obrigatórios de atuação, com foco em tarefas diárias e metas mensais inflexíveis. Entre elas, está a exigência de atuação completa nas colunas 1 e 2 do sistema e a movimentação mínima de cinco cards na coluna 3 por dia, assim como conclusão total da agenda Ituber.
Em carteiras maiores, os índices de exigência das ligações para clientes considerados potenciais, sobem ainda mais, podendo incluir até 30 indicações diárias, o que amplia a sobrecarga emocional e operacional.
“Em teoria, esses critérios garantiriam organização e fluidez no atendimento. Na prática, estamos vendo profissionais se sentirem como robôs operando em uma linha de produção — privados de autonomia e submetidos a um ritmo padronizado que ignora a complexidade dos casos e a diversidade das carteiras”, afirma a diretora do Sindicato, Simone Patette.
Segundo ela, são constantes os relatos de funcionários sobre o impacto subjetivo desse modelo. “Não somos mais gerentes; somos executores de tarefas. Tudo tem que seguir um fluxo engessado, mesmo quando sabemos que o cliente precisa de outra abordagem”, afirmou um bancário sob anonimato. Outro relata: “É como se estivéssemos sendo cronometrados o tempo todo. Cumprimos metas, mas perdemos o senso de propósito.”
Para o Sindicato, os relatos revelam uma sensação generalizada de desumanização e vigilância constante, agravada pela pressão para atingir metas, inclusive de indicação para seguros e investimentos, muitas vezes fora da realidade de cada atendimento e/ou cliente.
“Mais do que um modelo de eficiência, o método GRU tornou-se um sistema de controle extremo e opressivo, que privilegia o cumprimento mecânico de tarefas, em detrimento da análise crítica, do bom senso e da empatia no atendimento”, diz Simone. “Repensar esse modelo é urgente e necessário.”
Discussão na COE
Diante desse cenário, o Sindicato reafirma que tem total conhecimento da situação e levará o tema à próxima reunião da Comissão de Organização dos Empregados (COE) com o banco.
“Não aceitaremos maquiagem de metas nem intensificação da cobrança disfarçada de produtividade”, afirma a diretora Daniele Miyachiro.
As dirigentes também lembram que, enquanto o método GRU foi implantado rapidamente, o canal Fale com o Gera segue com os mesmos problemas relatados há mais de sete meses.
“É hora de exigir transparência, respeito e mudanças reais que tragam benefícios concretos aos trabalhadores”, diz Simone.

