
Ambos também representaram a Federação dos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb-SP/MS) no encontro, que reuniu o Comando Nacional dos Bancários e representantes da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).
Durante a reunião, a Fenaban apresentou dados consolidados por meio de uma pesquisa aplicada a 35 bancos, que juntos representam mais de 90% da categoria. Os resultados demonstram avanços importantes nas cláusulas sociais negociadas na última Campanha Nacional, que garantiu a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), válida até 2026.
Entre os pontos destacados estão: o aumento da contratação de pessoas com deficiência (PCDs), a ampliação das licenças maternidade e paternidade, a realização do 4º Censo da Diversidade e a aceitação da proposta de criação de um protocolo para enfrentamento a casos de racismo e LGBTfobia — com foco em situações de violência ou discriminação praticadas por clientes contra bancários.
Para Ana Stela Alves de Lima, a negociação marca um avanço significativo na defesa da dignidade e dos direitos humanos. “As cláusulas de nossa convenção coletiva e sua efetiva aplicação são um avanço civilizatório”, destaca.
Pessoas com deficiência (PCD)
O levantamento da Fenaban revelou que 18.528 pessoas com deficiência atuam no setor bancário, o que corresponde a 4,28% da categoria.
Sobre o cumprimento da Cláusula 116 da CCT — que garante abono de ausência para reparo ou conserto de próteses —, foram registradas 101 ocorrências: 52 delas entre setembro e dezembro de 2024 e 49 de janeiro a abril de 2025.
“A Cláusula 116 da nova CCT começou a ser aplicada assim que foi assinada. Só entre setembro e dezembro do ano passado, tivemos 52 trabalhadores utilizando esse direito, o que mostra a importância dessa conquista para os PCDs da categoria”, destacou a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira.
Licença-maternidade e licença-paternidade
De acordo com os dados apresentados:
84% dos bancos já ampliaram a licença-maternidade de 120 para 180 dias e a licença-paternidade de 5 para 20 dias;
6% disseram que adotarão essa ampliação até o primeiro semestre de 2026;
Outros 6% ainda estão analisando e 4% não deram previsão;
100% dos bancos garantem o mesmo tratamento a casais homoafetivos.
Os números demonstram o avanço na utilização do benefício:
- Das 7.269 licenças-maternidade concedidas, 99,6% (7.240) foram de 180 dias;
- Das 6.770 licenças-paternidade, 99,4% (6.732) foram de 20 dias.
Questões LGBTQIA+
Entre os bancos que responderam à pesquisa:
- 97% reconhecem uniões homoafetivas estáveis e aplicam os direitos da CCT aos cônjuges;
- 71% orientam que cônjuges do mesmo sexo tenham acesso ao plano de saúde do companheiro bancário;
- 3257 pessoas já são dependentes nos planos de saúde dos seus cônjuges dentro dessas instituições;
- Sobre declarações de repúdio à discriminação LGBTQIA+:
- 71% já publicaram;
- 14% farão isso até o fim de 2025;
- 3% até o primeiro semestre de 2026;
- 11% estão pendentes.
- Sobre declarações de apoio à igualdade com destaque às pessoas trans:
- 69% já declararam;
- 11% farão em 2025;
- 3% até o primeiro semestre de 2026;
- 17% estão pendentes.
- Informações internas sobre respeito à população LGBTQIA+:
- 91% dos bancos informam seus empregados;
- 6% farão isso até 2025;
- 3% estão pendentes.
- Canais de apoio:
- 86% dos bancos disponibilizam canais para tratar de temas LGBTQIA+;
- 8% irão implementar ainda este ano;
- 3% até o 1º semestre de 2026;
- 3% seguem pendentes.
Vale destacar que 94% desses canais são os mesmos utilizados para denúncias de assédio moral, sexual e outras formas de violência.
População trans
A pesquisa da Fenaban identificou 233 pessoas trans trabalhando no setor bancário. Os dados mostram que:
- 77% dos bancos que responderam à pesquisa têm pessoas trans em seus quadros;
- 20% não forneceram a informação;
- 3% afirmaram não controlar esse dado.
Além disso:
- 100% dos bancos garantem o direito ao uso do nome social;
- Sobre a divulgação de iniciativas de diversidade, inclusão e pertencimento:
- 74% dos bancos já disponibilizam essas informações aos empregados;
- 14% farão isso até 2025;
- 3% até o 1º semestre de 2026;
- 9% estão pendentes.
4º Censo da Diversidade
O Comando Nacional dos Bancários cobrou a criação de um grupo de trabalho para a construção do 4º Censo da Diversidade, compromisso assumido pelos bancos na última campanha.
A Fenaban informou que contratou o Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert) para conduzir a pesquisa e apresentou um cronograma: o censo será aplicado na terceira semana de setembro de 2025, com divulgação dos resultados a partir de fevereiro de 2026.
O próximo encontro para definição do questionário e do cronograma acontecerá na quinta-feira, 5 de junho, às 14h, com a participação de bancários, Fenaban, Ceert e o Dieese.
Protocolo de atuação em casos de racismo e LGBTfobia
Durante a mesa, os representantes dos bancários solicitaram a criação de um grupo de trabalho para elaborar um protocolo de atuação em casos de racismo e LGBTfobia, tanto entre colegas de trabalho quanto de clientes contra trabalhadores.
A Fenaban reconheceu a importância do tema, mas como não estava preparada para tratá-lo nesta reunião, sugeriu que o assunto seja debatido em uma próxima mesa.
(Com informações Contraf-CUT)

