
A insatisfação dos usuários do Saúde Caixa aumentou em 2024, segundo dados da Pesquisa de Satisfação realizada pelo banco e apresentada na reunião do Grupo de Trabalho (GT) do plano, composto por representantes do banco e dos trabalhadores, em conjunto com o Conselho de Usuários do plano, que ocorreu na quarta-feira (21/05).
As principais queixas são sobre os altos valores das mensalidades e a deficiência da rede credenciada. Para o diretor do Sindicato, Carlos Augusto Silva (o Pipoca), que participa do GT, os números reafirmam a importância do fim do teto de 6,5% de custeio da Caixa com o Saúde Caixa, que é a principal reivindicação dos trabalhadores.
“A avaliação negativa vem numa crescente, com destaque para a insatisfação com os valores pagos nas mensalidades e com a rede credenciada”, observa o diretor da Contraf-CUT, Rafael de Castro.
Número negativos
Segundo dados apresentados pela empresa contratada pela Caixa para fazer a pesquisa, 33,8% dos usuários têm avaliação negativa com relação à solicitação de reembolso. Outros 11,43% têm avaliação neutra em relação a este ponto. Em 2023, na pesquisa anterior, as avaliações negativas e neutra de reembolso eram de 31,8% e 12,5%, respectivamente.
Percentuais semelhantes foram constatados em relação ao relacionamento (28,5% negativa) e à comunicação (32,5%).
Com relação à rede credenciada, 21,8% fizeram avaliação negativa e outros 26,6% neutra, quando a avaliação não é negativa, mas também não é positiva.
“Mas, o mais grave é que 37,7% não conseguem ver a importância do nosso plano de saúde, que é uma das nossas principais conquistas, que sempre foi considerada como uma das ‘joias da coroa’ das empregadas e empregados”, apontou o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Felipe Pacheco. “Essa desvalorização do nosso plano faz com que 29,6% considerem, inclusive, a possibilidade de saída do Saúde Caixa”, observou.
Ainda de acordo com matéria publicada pela Contraf-CUT, para 38,8% dos participantes da pesquisa, o aumento do custo é o motivo que levaria à saída do Saúde Caixa. Outros 15,1% afirmaram que a rede credenciada de hospitais, clínicas e laboratórios é que os levariam a essa tomada de decisão. Já para 11,7%, os profissionais da rede seriam o motivo para deixar do plano.
Relatório administrativo 2024
Também na última quarta, a Caixa apresentou o Relatório Administrativo do Saúde Caixa, no qual os empregados ressaltam a importância dos dados, mas avaliam que é preciso criar grupos de trabalho específicos para analisar e debatê-los.
“A própria Caixa identificou cerca de R$ 170 milhões de custo com terapias e tratamentos ligados a doenças mentais e comportamentais e um expressivo aumento dos casos de internações entre 2022 e 2024”, observou o coordenador do GT do Saúde Caixa, Leonardo Quadros, que é diretor de Saúde e Previdência da Fenae.
“E este é um debate que extrapola o relatório em si, pois se trata do adoecimento dos empregados da Caixa, que é uma consequência também da gestão comercial e de pessoas. Estamos falando da cobrança excessiva pelo cumprimento de metas, de metas abusivas, da falta de condições de trabalho, sobrecarga, enfim, é um problema que vai além do Saúde Caixa em si.

