
Organizada pelas centrais sindicais, como a CUT, a mobilização teve entre os principais eixos o fim da escala 6×1 e o apoio ao Projeto de Lei (PL) nº 1.087/2025, que propõe a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês, além de estabelecer alíquotas menores para quem recebe até R$ 7 mil.
O ato, que também marcou o início das ações do 1º de Maio, começou com uma plenária na Praça da Cidadania, próxima ao Teatro Nacional, e resultou na definição da Pauta da Classe Trabalhadora 2025, documento que reúne as principais reivindicações do movimento sindical para o próximo ano.
O documento foi entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aos presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta; do Senado Federal, Davi Alcolumbre; do Supremo Tribunal Federal, Luis Roberto Barroso; e do Tribunal Superior do Trabalho, Aloysio Corrêa da Veiga.


“É fundamental que todos os trabalhadores estejam envolvidos com a marcha e com a pauta da classe trabalhadora, para que, juntos, façamos a nossa luta. O momento é oportuno e fundamental para que todos se aprofundem no debate da tributação e da jornada de trabalho”, afirmou o presidente do Sindicato, Lourival Rodrigues.
As Marchas da Classe Trabalhadora são realizadas desde 2004 e já resultaram em conquistas como a política de valorização do salário mínimo e a Lei da Igualdade Salarial entre homens e mulheres.
Presença dos bancários foi debatida no Comando Nacional

A participação dos bancários na marcha foi discutida no encontro do Comando Nacional da categoria, realizado na segunda-feira (28), na sede do Sindicato dos Bancários de Brasília.
Na ocasião, também foi aprovada a Consulta Nacional 2025, que será lançada em 15 de maio. A pesquisa servirá de base para a construção da pauta de reivindicações da categoria, incluindo temas econômicos, sociais e políticos, como a reforma tributária e o PL 1.087/2025.

Durante o encontro, o economista e auditor-fiscal aposentado da Receita Federal, Paulo Gil, apresentou uma análise de conjuntura sobre o sistema tributário brasileiro. Ele destacou que a estrutura atual penaliza mais os consumidores e a classe média, com 59% da carga tributária incidindo sobre o consumo.
Segundo Gil, os super-ricos pagam uma alíquota efetiva de Imposto de Renda em torno de 4,5%, enquanto trabalhadores, como os bancários, chegam a pagar cerca de 8%. Para o especialista, o PL 1.087/2025 é um passo importante para corrigir distorções e reduzir desigualdades.


