
A Caixa apresentou os dados gerencias e resultados do Saúde Caixa nos dois primeiros anos nesta terça-feira, 1º de abril, em reunião com o Grupo de Trabalho (GT) do plano de saúde, composto por representantes dos trabalhadores e do banco, reforçando a necessidade de retirar do estatuto o teto para seu custeio, como reivindicado pelo movimento sindical.
Segundo os dados, o plano possui uma reserva técnica de R$ 101,5 milhões, mas o resultado assistencial do primeiro bimestre ficou negativo em R$ 154,1 milhões, com receitas de R$ 573,2 milhões e despesas de R$ 727,3 milhões. Tanto as receitas quanto as despesas ficaram dentro dos valores projetados.
“O saldo de receitas e despesas do bimestre mostra que, para evitarmos o desequilíbrio financeiro do plano no curto prazo, o banco precisa, urgentemente, retirar de seu estatuto o teto para o seu custeio com a saúde das empregadas e empregados, para que, assim, possa cobrir 70% dos custos do Saúde Caixa, como estipulado no ACT (Acordo Coletivo de Trabalho) específico do plano de saúde, e que não é atingido exatamente pela restrição prevista no estatuto”, disse o coordenador do GT Saúde Caixa, Leonardo Quadros.
Hoje, o estatuto social da Caixa limita em 6,5% da folha de pagamentos os gastos do banco com a saúde de seus empregados. Este limite impede que a Caixa arque com os 70% dos custos do Saúde Caixa, conforme estipulado no ACT específico do plano.
Com isso, o somatório das contribuições dos usuários está se aproximando dos 50% dos custos do Saúde Caixa. “Os valores de mensalidades cobrados dos usuários do plano já estão muito altos. Independentemente de idade, ou faixa salarial, já extrapolou o limite do que podemos pagar”, reforçou o coordenador do GT Saúde Caixa.
O representante da Federação dos Empregados em Estabelecimentos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb/SP-MS) e diretor do Sindicato, Carlos Augusto (Pipoca), que participou da reunião, ressaltou ainda que a política de custeio estabelecida pelo banco “pressiona os colegas a saírem do plano e buscar uma alternativa no mercado, principalmente aqueles que têm salários mais altos”, disse.
Queremos Saúde, Caixa
Vale lembrar que, desde fevereiro, a Contraf-CUT, juntamente com federações e sindicatos de bancários de todo o país, realiza uma campanha para cobrar a melhoria da qualidade de atendimento e a contenção dos custos das mensalidades pagas pelos usuários do Saúde Caixa.
“Precisamos continuar realizando ações de racionalização das despesas para reduzir os custos desnecessários, mas para conter os aumentos de mensalidades é fundamental que a Caixa retire de seu estatuto o teto de custeio com a saúde do seu quadro de pessoal”, observou o coordenador do GT Saúde Caixa.
Próxima reunião
O banco se comprometeu a realizar uma nova reunião daqui a um mês para apresentar os dados consolidados do trimestre. A data ainda não foi definida, mas a previsão é a de que seja logo após à divulgação do balanço trimestral do banco.