
“Os bancários estão inseguros em relação ao futuro do emprego devido à falta de transparência do banco. Nós, do movimento sindical, estamos cobrando que o Itaú seja claro nesse processo”, destaca a diretora do Sindicato, Daniele Miyachiro.
Levantamento feito pelo Sindicato revela que 12 agências do Itaú foram fechadas em sua base territorial desde janeiro de 2024, incluindo a da Avenida Francisco Glicério, em Campinas. “Há também a questão do desamparo à população que ainda necessita dessas agências e acaba ficando sem atendimento”, alerta a diretora.
A diretora, ao conversar com os bancários, destaca que, além da ameaça constante do desemprego, eles estão pressionados cada vez mais, com metas abusivas e assédio moral, em quadros de esgotamento mental e físico.
O Sindicato denuncia também a falta de diálogo do banco, já que nem sempre vem sendo informado sobre as mudanças. “O banco sequer tem respondido às nossas denúncias, e dessa forma não podemos continuar. O Itaú precisa ser transparente”, reforça Daniele.
Cenário nacional
Nesta quarta-feira (05/02), representantes sindicais dos empregados do Itaú, incluindo a diretora do Sindicato (pela Feeb-SP/MS), se reuniram com o banco para falar sobre diversos problemas que afetam os trabalhadores.
Foram duas reuniões seguidas, a primeira do Grupo de Trabalho de Saúde do Itaú, composto por representantes dos funcionários e do banco, e a segunda de negociação entre a Comissão de Organização dos Empregados (COE) e o Itaú.
“Ficou claro que o projeto do banco é continuar fechando agências, deixando a população sem atendimento e aumentando a sobrecarga de trabalho nas agências que permanecem abertas”, disse a coordenadora da COE, Valeska Pincovai.
O movimento sindical reafirma que a redução do número de postos de trabalho não se justifica frente ao grande lucro que o banco vem obtendo ano após ano. De acordo com a Contraf-CUT, o Itaú fechou 227 agências em 2024. O número supera a média de fechamento de agência de anos anteriores (em média 200 por ano nos últimos anos).
Com relação aos postos de trabalho, segundo o banco, no ano passado foram contratadas 10.193 pessoas e demitidas 7.721. Após questionamento da COE, o banco informou que o fechamento de agências interferiu no cotidiano de trabalho de 2.052 funcionários, sendo que 75,7% deste contingente foram realocados para outras unidades ou áreas de trabalho do banco.
O programa de realocação e requalificação de funcionários é uma conquista da Campanha Nacional dos Bancários.
Fale com o Sindicato
A diretora Daniele reforça que o bancário não está sozinho e que pode contar com o Sindicato. O contato pode ser feito, inclusive, por meio de denúncia anônima aqui no site.