O retorno do Grupo de Trabalho (GT) Saúde Caixa, na última segunda-feira (21/10), foi marcado pela apresentação do resultado financeiro do plano, que aponta déficit acumulado de R$ 311,6 milhões, além de debates sobre o atendimento aos usuários e o retorno dos Comitês de Credenciamento.
Na reunião, que contou com participação do diretor do Sindicato, Carlos Augusto (Pipoca), o cenário financeiro revelado é preocupante: já que o déficit acumulado é superior as reservas técnicas do plano, que é de R$ 108,9 milhões. No período analisado, as receitas do plano somaram R$ 2,288 bilhões, enquanto as despesas acumularam R$ 2,6 bilhões.
“Precisamos urgentemente restabelecer a proporção 70/30 para o custeio do Saúde Caixa. E, por esse motivo, é tão importante a retirada do teto de 6,5% (que limita a participação da Caixa no custeio do plano a partir da folha de pagamento)”, destaca o diretor do Sindicato.
Os empregados cobram o fim do teto de custeio e a extensão do direito de manutenção do plano após aposentadoria aos empregados contratados depois de 2018 como pilares para a sustentabilidade do Saúde Caixa, cumprindo as premissas que nortearam sua criação: pacto geracional, solidariedade e mutualismo.
Também foi reforçado aos representantes do banco que o modelo de custeio do Saúde Caixa é uma conquista histórica dos trabalhadores (segundo o qual 70% do plano é arcado pela Caixa e 30% pelos empregados), mas que, com os dados apresentados pela empresa, em que as despesas totalizam R$ 4 bilhões, sendo metade do montante coberto pela Caixa e a outra metade pelos empregados, não está sendo alcançado.
Durante a reunião do GT, também foi debatido o fato de que o déficit apresentado vem ocorrendo, não pela frustração das receitas (já que a arrecadação de mensalidades e coparticipação esteve dentro dos valores orçados), pelo aumento das despesas assistenciais acima do projetado, com um crescimento do custo assistencial per capita do plano, em comparação com o primeiro semestre do ano passado, de 25,58% – passando de R$ 887,40/pessoa por mês para R$ 1.114,92/pessoa por mês.
Além disso, o maior aumento nos custos ocorreu em terapias e internações, com um percentual de crescimento em relação ao ano passado superior a 30%. Nas terapias, o aumento (de 30,76%) foi ocasionado pela maior quantidade de sessões realizadas. Já no caso das internações (aumento de 37,02% nos custos), houve um crescimento significativo tanto no número de diárias de internação, que passou de 103,2 mil para 111,7 mil, quanto no custo das diárias de internação, que cresceu 23,46% no período.
Outros temas
Os trabalhadores destacaram ainda que a área de pessoas da Caixa deveria realizar uma análise de dados epidemiológicos do plano e do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) para planejamento futuro.
Outra grande insatisfação dos empregados levada pelo GT é a forma como as Gipes e Repes estão sendo retomadas. O compromisso de retorno da área foi assumido pelo banco na mesa de negociação específica do Saúde Caixa em 2023, em resposta à reivindicação pelo retorno de um canal de atendimento entre os usuários e os empregados da Caixa, que atuam na administração do plano.
Porém, na reunião dessa segunda (21), o banco informou que a área irá apenas orientar os usuários e registrar as demandas nos canais já existentes do Saúde Caixa.
(Com informações Contraf-CUT)