
A mobilização simultânea em agências do Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica, Safra, Mercantil, Itaú e Santander, que retardou a abertura das mesmas até o meio-dia, é parte do calendário da Campanha Nacional 2024, no âmbito da renovação da Convenção Coletiva de Trabalho.
Além de permitir que os dirigentes conversassem com bancários e com a população, a ação ocorreu para pressionar a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) a apresentar uma proposta com ganho real à categoria. O reajuste oferecido pelos bancos na semana passada foi de 85% do INPC dos últimos doze meses ( acumulado entre setembro de 2023 e agosto de 2024).
Os bancários reivindicam reajuste nos salários que contemple a reposição integral do INPC (100%), mais aumento real de 5%; além de melhoria nos percentuais da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e valorização das demais verbas, como tickets alimentação e refeição, auxílio creche e auxílio babá.
“Os bancos ‘choram’ e dizem que está difícil a concorrência no mercado, mas quando a gente olha para os lucros deles, o que a gente vê é uma outra realidade. Em 2023, os bancos tiveram lucro de R$ 145 bilhões. ”, explica o presidente do Sindicato, Lourival Rodrigues.
Ele reafirma o posicionamento da categoria bancária de que a proposta de reajuste atual “desrespeita os trabalhadores” e destaca a ação em Campinas como “parte importante de uma mobilização nacional dos bancários como forma de mostrar a indignação com o que foi oferecido pelos bancos. Pedimos a compreensão da população e reafirmamos que essa é uma ação necessária”, completa.
Uma nova rodada de negociação será realizada nesta terça-feira, 27/08, em São Paulo, quando os Sindicatos esperam receber uma proposta com ganho real. Vale lembrar, que a data base da categoria é 1º de setembro, quando os reajustes e renovação das cláusulas da CCT devem entrar em vigor.

Perda Salarial
Desde o início da negociação, em julho, os bancos insistem em alegar dificuldades e concorrência com o mercado para propor retirada de direitos, o que foi negado pela representação dos trabalhadores. O reajuste proposto pela Fenaban, implicaria em perda salarial.

Ao liberarem as agências, os diretores sindicais reuniram-se no calçadão da 13 de maio, onde caminharam alguns quarteirões, esclarecendo a população sobre a mobilização e sobre a campanha nacional. “É algo que nos afeta de modo geral porque, quando reduzem a categoria, quando fecham agências, os bancos prejudicam o cliente, que deixa de ter o atendimento merecido. Ou seja: todos somos prejudicados”.
Também a necessidade de reduzir as metas, uma vez que o atual modelo de gestão está diretamente relacionado ao adoecimento dos trabalhadores; é prioridade da Campanha deste ano, assim como cláusulas que abordam direito à desconexão; e igualdade de oportunidades e novas formas de inclusão; entre outras.
A ação em Campinas contou com cerca de 40 dirigentes sindicais, incluindo representantes das bases de Rio Claro e Sorocaba, sindicatos também filiados à Feeb-SP/MS (Federação dos Empregados em Estabelecimentos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul). Na região, uma agência do Banco do Brasil em Amparo também teve a abertura retardada para o meio dia.
(texto atualizado às 14h)






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