
A minuta de reivindicações, entregue aos bancos em junho, pede aumento real para os trabalhadores (INPC acumulado, mais 5%), além de reajustes nos tíquetes alimentação e refeição e na PLR e melhorias nas demais cláusulas econômicas.
Durante a reunião, os bancários apresentaram para os integrantes da Fenaban alguns indicadores econômicos que justificam as reivindicações e também dados levantados pelo Dieese, com base também do desempenho do setor financeiro no País e na sua alta lucratividade.
Os trabalhadores ressaltaram ainda que, apesar de a Convenção Coletiva de Trabalho ter garantido aumento real de 21% na remuneração da categoria, entre 2003 e 2023, efetivamente, os ganhos reais no período foram de 16%, por causa da rotatividade no setor, uma vez que trabalhadores admitidos ingressam com salários menores que os ‘demitidos’. E, nos últimos oito anos, os bancários tiveram um déficit nos salários de 0,3%, abaixo da inflação.

A Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), por sua vez, citou dificuldades com a concorrência, incluindo os outros agentes que operam no setor, que não são bancos múltiplos, e tem vantagens tributárias ou outras facilidades competitivas (como as fintechs), e sugeriu propostas que podem precarizar direitos e rebaixar os salários.
“Os bancos tentam com esses argumentos justificar as demissões e precarizações do trabalho bancário, como já tem feito o Santander, por exemplo”, diz Ana Stela Alves de Lima, representante do Sindicato e da Feeb-SP/MS na mesa de negociação.
“Mas já adiantamos que a representação dos trabalhadores não aceitará rebaixamento nas cláusulas da Convenção Coletiva e que esperamos uma proposta que proteja o emprego bancário e os salários”, completa Stela.
Mobilização nacional
O próximo encontro com a Fenaban será em 13 de agosto. Os bancários cobram que os bancos tragam, no dia, propostas já debatidas até o momento na campanha nacional e que assegurem, como exemplos, além dos reajustes econômicos, cláusulas de igualdade de oportunidades, direito à desconexão, combate ao adoecimento e ao assédio e redução das metas que vem adoecendo a categoria.
“A questão do Santander é um exemplo muito claro do que não podemos aceitar. A terceirização precariza o trabalho do bancário e o que a gente quer e precisa é de uma proposta que estenda a CCT a esses trabalhadores, aumentando o emprego no setor”, avalia Stela.
No dia 12, a categoria realizará uma mobilização nacional para cobrar propostas decentes dos bancos. “Novamente vimos os bancos chorarem bastante, alegando que está difícil a concorrência, mas quando olhamos para os lucros dos bancos vemos uma outra realidade”, avalia o presidente do Sindicato, Lourival Rodrigues.
“O momento pede a mobilização da categoria no próximo dia 12, segunda-feira, justamente para cobrar uma negociação séria da Fenaban. Queremos uma proposta que nos permita avançar na renovação da CCT”, completa.
Calendário das próximas negociações
13/08 – Cláusulas econômicas (2ª mesa sobre o tema)
20/08 – Em definição
27/08 – Em definição