
Amanhã (11/07) tem nova rodada de negociação da Campanha Nacional de 2024, dentro do calendário de ações para renovar a Convenção Coletiva de Trabalho dos bancários por mais dois anos.
Neste encontro, os representantes dos Sindicatos, que estão no Comando Nacional, e da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), irão debater o tema Igualdade de Oportunidades. O presidente do Sindicato, Lourival Rodrigues, e a vice-presidente, Ana Stela Alves de Lima, estarão acompanhando a mesa.
Entre as principais reivindicações do movimento sindical estão: o fim das distorções salariais entre gêneros; o combate ao preconceito e por condições igualitárias nos processos de ascensão dentro dos bancos.
A representação busca assegurar que mulheres, pessoas com deficiência (PCDs), negros e negras e LGBTs tenham maior representatividade nos cargos de liderança, através da promoção de um ambiente e trabalho inclusivo e que respeite as diversidades.
Vale lembrar que, em paralelo a mesa de negociação, a categoria bancária está unida e mobilizada também nas redes sociais, com postagens que utilizem a hastag #JuntosPorIgualdade, das 9h às 11h, como forma destacar a Campanha Salarial e pressionar a Fenaban.

Tamanho das distorções
Relatório do Dieese, elaborado com base nos dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), mostra que as mulheres bancárias ganham em média 22% menos que os homens bancários.
O mesmo estudo aponta que as mulheres negras bancárias têm remuneração média 38% inferior à remuneração média dos homens brancos que são bancários.
A média de remuneração na categoria bancária é R$ 8.082. A partir do recorte racial, o Dieese mostra que, homens brancos estão no topo, com remuneração média de R$ 9.570, seguidos dos homens negros (R$ 7.526), mulheres brancas (R$ 7.401) e mulheres negras (R$ 5.950).
Também com base na Rais, o relatório do Dieese apontou que a proporção de trabalhadores com deficiência contratados representa apenas 4% da categoria. Em relação às trabalhadoras e trabalhadores que fazem parte da comunidade LGBT, não existem dados atualizados e não é possível o levantamento a partir da RAIS.
Segundo a Contraf-CUT, o último levantamento a respeito foi realizado pela Febraban em 2014, quando cerca de 15% da categoria havia informado, na época, que não se identificava como heterossexual.
São muitas as conquistas ligadas à igualdade de oportunidades ao longo de anos de luta dos Sindicatos e que hoje estão na atual CCT. Confira:
2002 – Inclusão do tema igualdade de oportunidade nas mesas de negociação;
2008 – Conquista do primeiro Censo da Diversidade;
2009 – Licença-maternidade de 180 dias e extensão dos parceiros do mesmo sexo nos planos de saúde;
2010 – Inclusão da cláusula que criou o programa de combate ao assédio moral;
2012 – Conquista do 2º Censo da Diversidade;
2016 – Licença-paternidade de 20 dias;
2017 – Reconhecimento do direito de uso do nome social no crachá e nos sistemas dos bancos;
2018 – 3º Censo da Diversidade;
2020 – Programa de prevenção à violência doméstica e familiar contra bancárias, incluindo a criação de canais de acolhimento, orientação e auxílio às mulheres em situação de violência doméstica e familiar;
2022 – Cláusula que estabelece programa de combate ao assédio sexual nos bancos.
(Com informações Contraf-CUT)