
Ou seja: apesar ser uma iniciativa válida e reivindicada pelo Sindicato, por ser voltada para promoção da saúde mental dos trabalhadores, o programa Conexão Saúde conflita com a postura do banco que cada vez mais usa ferramentas de pressão, para aumentar cada vez mais o lucro do banco, causando adoecimento nos trabalhadores e resultando em stress, depressão, esgotamento profissional (burnout) e LER/Dort, entre outras doenças.
Trabalhadores têm procurado o Sindicato e denunciado, por exemplo, que o Itaí triplicou as metas do GERA no último mês ou aumentou as penalizações dos bancários que resultam em perdas de pontos no SQV, mesmo quando não há responsabilidade do trabalhador, gerando medo constante de demissões sem justificativas.
Uma rotina que, sem dúvida, ressalta a necessidade de melhorias em âmbitos maiores, incluindo mais contratações e menos metas. “Por isso é importante que o Itaú ofereça também programas que abordem o tratamento daqueles que já estão adoecidos, além de mudar a postura”, avalia o diretor do Sindicato, Vander da Cunha.
Opinião semelhante tem Valeska Pincovai, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, para quem “o banco tem a obrigação de acolher os trabalhadores adoecidos”. “Infelizmente, o que acontece nestes casos é que a maioria deles sente o descaso na hora que mais precisam do banco. O Itaú tem que assumir sua responsabilidade, pois esses trabalhadores adoeceram no local de trabalho.”
Saúde mental
Para o diretor do Sindicato, o lançamento do “Conexão Saúde” ocorre em um momento em que as discussões sobre a saúde mental no ambiente de trabalho ganham cada vez mais destaque, já com exemplos bem-sucedidos do que pode ser feito.
“Se o banco Itaú quiser inovar, assim como fez em 1997 com a CCV, ele pode: é só fazer o que nós do movimento sindical estamos reivindicando, oferecendo jornada de 4 dias semanais. Empresas que adotaram este jeito de trabalho, tanto na Europa como no Brasil, provam que dá certo.”