
O Sindicato está em São Paulo, com nove dirigentes, participando do Conecef 2024, cujo objetivo é definir a pauta de reivindicações específica do banco que será levada para aprovação na 26ª Conferência Nacional, entre 7 e 9 de junho, também na capital.
Nesta quinta-feira (06/06), os delegados da Caixa que representam as centrais sindicais e correntes que compõem as delegações credenciadas se reúnem, no período da manhã, para debate sobre futuro do banco e direitos dos trabalhadores. Após, será realizada a mesa “Saúde Caixa e Saúde e Condições de Trabalho”, das 13h às 15h, seguida da plenária final para definições.
IA em debate
Ontem, um dos pontos fortes da programação do Conecef foi a mesa “Os impactos da inteligência artificial no mundo do trabalho”. Os convidados para contribuir com o debate foram a economista Vivian Machado, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), e o pesquisador e doutor em Microbiologia, Átila Iamarino.
Em sua apresentação, Vivian relacionou a inteligência artificial (IA) no atual contexto tecnológico, com o sistema financeiro e o mercado de trabalho.

Já Iamarino abordou os perigos da aplicação das IAS disponíveis nos ambientes coorporativos. Para ele, as tecnologias atuais não têm capacidade de substituir o trabalho humano, porém “já estão sendo aplicadas em ambientes corporativos para monitorar a produtividade e as dinâmicas laborais, sendo vendidas como formas de aumentar os lucros para os acionistas, explorando ainda mais o trabalho”.
Dados da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) apontam que 96% dos bancos utilizam tecnologias de inteligência artificial e 54% utilizam genIA, que é a inteligência artificial generativa, usada para criar textos, imagens, músicas, áudios e vídeos. E esta utilização cresce a ritmos assustadores no Brasil.
Vivian apresentou informações que demonstram que o setor bancário é líder em investimento privado em tecnologia no Brasil e no mundo, com orçamento que cresce ano a ano.
“Em 2023, os gastos em tecnologia dos bancos chegaram a R$ 39 bilhões e, para 2024, a estimativa de gastos ultrapassa R$ 47 bilhões, com os principais investimentos direcionados para a inteligência artificial e GenAI, computação quântica, exploração de dados, cibersegurança, cloud, processos ágeis, ESG e pessoas”, disse.
Representação política e democracia
No primeiro dia do 39º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa (Conecef), na terça-feira, a eleição de representantes dos trabalhadores nas eleições municipais foi um dos temas principais. Luis Nassif, jornalista e fundador do jornal GGN, participou do debate, e criticou a financeirização da economia brasileira e a privatização.
Nassif abordou a financeirização da economia brasileira, criticando a captura do Banco Central pelo mercado, a privatização selvagem e a competição exacerbada. Ele enfatizou a importância das instituições nacionais, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, para promover arranjos produtivos locais.

Defendeu um pacto nacional de produção, envolvendo bancos públicos, cooperativas e outras instituições, para fortalecer pequenas empresas e combater a financeirização.
Presidente da Federação dos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb SP/MS), da qual o Sindicato faz parte, David Zaia destacou, em seu discurso na abertura do evento, a importância da unidade e da defesa da democracia. “Nosso desafio é sair daqui com deliberações claras que permitam aprofundar a unidade da categoria”, afirmou. Ele enfatizou que, embora existam divergências políticas, a democracia é o ponto central que une todos. “A democracia é o primeiro ponto que nos une a todos, e a defesa da democracia é essencial”, discursou.