Os representantes sindicais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Rio Grande do Sul (Fetrafi-RS) e do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre (SindBancários/PoA) e membros da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) realizaram nesta quinta-feira (9), em formato digital, a segunda reunião do comitê de crise formado para debater formas de ajudar às vítimas de enchentes.
Segundo dados apresentados pela Fenaban, sete dos principais bancos atuantes no estado, Banco do Brasil, Banrisul, Bradesco, Caixa, Itaú, Safra e Santander, estão com quase 400 agências fechadas. Ao mesmo tempo, a demanda por agências abertas tem aumentado devido às dúvidas da população, como questões relacionadas a seguros. Além disso, muitas agências em funcionamento estão enfrentando problemas de falta de numerário.
Os representantes dos bancos informaram ainda que será analisado individualmente cada caso dos 35 mil trabalhadores bancários no estado, com a possibilidade de contingenciamento e abono, levando em consideração as particularidades de cada um.
O secretário de Saúde da Contraf-CUT, Mauro Salles, enfatizou a necessidade de estabelecer regras mais claras para o atendimento individualizado, a fim de evitar subjetividades e dependências dos gestores. Ele também solicitou a criação de um canal de atendimento 24 horas para resolver rapidamente os problemas emergenciais, destacando: “Precisamos de um canal ágil para resolver os problemas. E quando as soluções vêm de cima, é mais eficiente.”
Condições adversas e metas
Salles também destacou a importância de considerar as dificuldades enfrentadas pelas pessoas que não conseguem comparecer ao trabalho devido às condições adversas, sugerindo a revisão das regras para essas situações, como o caso daqueles que buscaram abrigo em outras cidades.
Além disso, ele reiterou a posição de que não é o momento apropriado para cobrar metas aos bancários, ressaltando que “não é momento de ligar para oferecer produtos aos clientes.”
Já o presidente do SindBancários, Luciano Fetzner, destacou que a situação tende a se prolongar e até mesmo agravar-se, com a previsão de fortes chuvas entre sexta e segunda-feira. Fetzner propôs uma série de medidas emergenciais, incluindo auxílio moradia, vale alimentação, adiantamento do 13º salário, adiantamento de cesta básica e férias, sob pedido.
O Comitê debateu também sobre a importância de uma comunicação unificada entre as instituições bancárias via Fenaban – para a concessão desses benefícios emergenciais, bem como a necessidade de oficialização de regras na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) para casos de calamidade pública; e de um espaço de diálogo permanente para garantir que as decisões sejam tomadas de forma transparente e equitativa pelos gestores locais.
Uma nova reunião ficou agendada para a tarde da próxima segunda-feira (13). (Com informações e foto da Contraf-CUT)