Apesar de ver seu lucro gerencial crescer 41,2%, com relação a 2023, e de registrar alta de 37,1% na comparação com o trimestre anterior – segundo dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) partir de relatórios do banco – o Santander insiste em terceirizar e precarizar as condições de trabalho no Brasil.
Exemplo é a migração da área de crédito consignado para a empresa SX Tools, do mesmo conglomerado, anunciada pelo banco na semana passada e sem nenhuma negociação com o Sindicato, em um cenário que aprofunda a fraude na contratação de bancários.
Isso porque, apesar de continuarem exercendo as mesmas funções (e lotados no mesmo prédio – Radar), os trabalhadores da SX Tools deixam de ser abrangidos pela Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) bancária, que contém uma série de direitos como PLR, VA e VR de mais de R$ 1.800 somados, auxílio-creche/babá de R$ 640 e dezenas de outras conquistas.
“Esta transferência representa mais uma fraude na representação sindical e é um desrespeito com os bancários que constroem o lucro do banco. Como aceitar que eles perderão todos os direitos da Convenção Coletiva de Trabalho?”, destaca Ana Stela Alves de Lima, representante da Feeb-SP/MS na Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander.
“Não podemos nos calar, nem aceitar que o Santander continue desrespeitando os trabalhadores, seus clientes e a população do Brasil. Sabemos bem como termina essa equação da precarização: com trabalhadores doentes e sem direitos”, completa.
Lucro
Só para reforçar: o Lucro líquido Contábil do Santander também teve alta: de 42,3% em doze meses e de 38,6% no trimestre. O retorno sobre o patrimônio do banco (ROAE) ficou em 14,1%, o que representou um acréscimo de 3,5 p.p. em doze meses.
Segundo o banco, o resultado “está fundamentada na evolução da margem, evidenciando a (sua) retomada do crescimento, aumento da nossa carteira de crédito no varejo e melhora do custo de crédito.”
O lucro do 1º trimestre de 2024 na unidade brasileira do banco representou 19,7% do lucro global, que foi de € 2,852 bilhões, com alta de 19,6% em doze meses. Vale citar ainda que a Carteira de Crédito Ampliada do Santander teve alta de 8,1% em doze meses, somando R$ 654 bilhões em março de 2024. (Com informações Dieese).
“E mesmo assim, o banco vem insistindo em terceirizar e precarizar”, lamenta Stela.