
O estudo, realizado pela Secretaria de Saúde do Trabalhador da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), em colaboração com pesquisadores do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UNB), foi apresentado ao Comando Nacional dos Bancários, na última nesta sexta-feira (22/03), em reunião realizada em formato híbrido.
“Esse estudo mostra com clareza que o modelo de gestão dos bancos adoece o bancário. Além disso, os dados revelam o que nós do movimento sindical já sabemos: um índice altíssimo de adoecimento na categoria bancária e a necessidade de mudanças urgentes”, diz o presidente do Sindicato, Lourival Rodrigues da Silva, que participou da reunião do Comando.
Trabalho que adoece
Com a participação de 5.803 bancários em todo o Brasil, a pesquisa revela ainda que o principal motivo para buscar tratamento médico, segundo foi justamente o trabalho – reforçando a visão de que o atual modelo não apenas dita as condições laborais, mas também é identificado como uma fonte substancial de psicopatologias.
Como exemplo, entre os que estão em acompanhamento psiquiátrico, 91,5% declaram utilizar medicações prescritas pelo médico.
Para a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, os resultados da pesquisa preocupam. “É evidente que a saúde mental dos trabalhadores está em risco devido aos modelos de gestão adotados pelos bancos. É nosso dever agir com determinação para proteger os direitos e a saúde de nossa categoria.”
Para a Dra. Ana Magnólia Mendes, coordenadora da pesquisa, é possível concluir que aa prevalência de práticas de controle no ambiente de trabalho, incluindo foco excessivo em metas, despersonalização dos funcionários e uso de ameaças pela gestão, afeta diretamente a saúde.
Essas relações produzem as patologias da violência e da sobrecarga, caracterizadas pela presença intensa de vivências de cansaço, desgaste, sobrecarga, frustração, desmotivação, falta de liberdade de expressão e de opções no trabalho, indiferença entre colegas e desconfiança entre chefia e subordinados, as quais aumentam a presença de sintomas de adoecimento marcados por características de transtornos ansiosos”, avalia.
“Diante desses resultados, torna-se evidente a necessidade urgente de repensar as dinâmicas de trabalho nas organizações, buscando um equilíbrio entre metas e bem-estar dos Bancários”, diz Lourival Rodrigues.