As negociações vêm se ocorrendo desde 29 junho e se intensificaram em novembro, sendo esta a terceira rodadas do mês, com a participação da coordenação do Comando Nacional dos Bancários. Uma nova reunião ficou agenda para a próxima quarta-feira, dia 22.
Segundo últimas apurações apresentadas pelo banco, o plano de saúde acumula déficit de R$ 422 milhões em 2023 e a projeção, para 2024, é de cerca de R$ 660 milhões.
Desde 2004, o acordo coletivo do Saúde Caixa mantém cláusula que estabelece que, em caso de saldo deficitário, ao final de cada ano, o banco e os titulares serão chamados a arcar com o saldo negativo.
Como o estatuto da Caixa, alterado em 2017, estabelece que o banco não pode gastar mais de 6,5% da folha de pagamento com o plano de saúde, e este limite já foi atingido, o ônus total dos déficits recairiam sobre os trabalhadores.
Ainda segundo o Banco, pelo valor do déficit de 2023 (R$ 422 milhões), se nenhuma alternativa for encontrada, os titulares serão chamados a arcar com 4,18 parcelas extraordinárias.
Reforma Estatutária
Atualmente o Saúde Caixa conta com 286 mil usuários, entre titulares (128 mil) e dependentes (158 mil), sendo que os dependentes respondem por 12% das receitas e por 41% das despesas.
O movimento sindical pede uma reforma estatutária e negocia o fim do limite do teto de gastos na folha de pagamento para que o plano se mantenha sustentável.
“Nossa reivindicação, desde o início é pela reforma estatutária. Sabemos que essa é uma disputa que passa por vários órgãos reguladores, mas nosso objetivo é continuar o processo de negociação. As recentes conquistas incluem a revisão no estatuto e mudanças nos parâmetros que impactam no Saúde Caixa”, defende Tesifon Quevedo Neto, representante da Federação dos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul.
O presidente da Feeb SP/MS, David Zaia, também esteve presente e participou da abertura dos trabalhos. “Esse é o momento da categoria permanecer forte e unida para que não haja perda nem prejuízo algum ao trabalhador”, destaca Zaia.
No encontro desta quinta, a Caixa trouxe como proposta a manutenção de 3,5% da contribuição do titular, com valor fixo de R$ 450 por dependente, mas mantendo o teto de 10% da remuneração, conforme tabela abaixo.
Nesse caso, os dependentes passariam a arcar com 48% das despesas e os titulares com 52%.
“O teto de 10% é maior do que o praticado, por exemplo, pelo Banco do Brasil, de 7,5%. Já havíamos rejeitado isso na reunião anterior, porque representa um aumento substancial”, ressaltou Juvandia Moreira, uma das coordenadora do Comando Nacional dos Bancários e presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
A próxima reunião, como já citado, ficou agendada para quarta-feira, em Brasília. (Com informações Feeb-SP/MS e Contraf-CUT).