
A transformação dos bancos e, principalmente, dos bancários a partir do uso da tecnologia foi o tema abordado por Marco Bonnefoy, da Confederação de Trabalhadores Bancários do Chile (CSTBA), na palestra “Bancarização e automatização, o papel do banco”, ministrada nesta quinta-feira, em São Paulo.
O debate integra o Fórum Sindical Internacional sobre a Digitalização Financeira, iniciado na última quarta-feira (dia 25), na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
Para Bonnefoy, os bancos souberam aproveitar o impulso tecnológico dos últimos anos, assumindo diversos meios de negócios que não faziam antes, como oferta de serviços online e digitais. “Todo esse movimento foi puxado, sem dúvida, pelas fintechs. Instituições financeiras que nasceram com o uso intrínseco da tecnologia, criando um novo modelo de negócio”.
Para ele, o maior impacto dos avanços tecnológico nos bancos é sentido pelas pessoas. “Os trabalhadores são os principais afetados. A ameaça está sobre os funcionários e a realidade do emprego, a forma como são contratados”, disse. “Os bancos concentraram o desenvolvimento tecnológico no front end, mas em breve o farão no back end”, completou.
Alerta
O sindicalista chileno faz um alerta ao apontar que a mudança do perfil de modelo de negócio dos bancos no seu país culminou no desemprego. “Os bancos não estão mais focados nas pessoas, mas em empreendimentos. Com isso, eles mandaram embora muita gente. Eles precisam de menos pessoas para atender esse modelo de negócios”.
Os trabalhadores que permanecem estão sobrecarregados. “Embora os clientes tenham optado pela prestação de serviços digitalmente, continuam a ter em conta o atendimento presencial prestado pelos bancos”.
Além da Contraf-CUT o fórum é realizado em parceria com a UNI Américas finanças, Fundação Friedrich Ebert Stiftung e Sask. (Com informações e imagens Contraf-CUT)