
O debate atende ao pedido da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) encaminhado por ofício para a senadora Augusta Brito (PT/CE).
Para a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, que participou por videoconferência, “é importante debater no legislativo a situação da saúde do trabalhador e da trabalhadora, mesmo que olhando para o aspecto de uma categoria.”
O objetivo, segundo ela, é “refletir sobre soluções, políticas públicas e avanços na legislação, nas próprias relações de trabalho e nas negociações coletivas” em prol dos trabalhadores.
Juvandia lembrou ainda que os trabalhadores do ramo financeiro têm uma mesa única de negociação para debater a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), que é complementada por reuniões temáticas para acompanhar a evolução dos problemas de saúde na categoria.
“Nós já avançamos em algumas [dessas reuniões] e, em muitas outras estamos longe de avançar, principalmente no reconhecimento do adoecimento mental na categoria. É impossível que seja uma mera coincidência que a principal causa de afastamento dos bancos seja adoecimento mental”, apontou.
Participações
Durante a audiência, Rachel de Araújo Weber, diretora de Políticas Sociais da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), apresentou uma pesquisa realizada pela entidade que mostra o agravamento da situação de saúde dos empregados da Caixa, entre 2018 e 2022.
“Lançamos uma campanha de conscientização do que é assédio, pois a percebemos que as pessoas nem sabem o que é assédio. Elas não sabem nem o que elas estão praticando. Porque, muitas vezes, é um processo silencioso, não é uma questão individual”, explicou.
Maria Maeno, pesquisadora da Fundacentro, disse que “para muitos segmentos sociais, os bancários podem parecer trabalhadores privilegiados, na comparação com outros, que enfrentam perigos e insalubridade tradicionais. No entanto, estudos mostram que os trabalhadores do banco, ao longo dos últimos mais de 30 anos, são vítimas diretas de sistemas econômico-financeiros onipresentes em nossa sociedade”.
(com informações Contraf-CUT)