
A informação é do próprio banco, que apresentou na última quarta-feira (dia 10) os resultados dos primeiros seis meses do ano. A comparação do segundo trimestre (abril a junho) com relação ao trimestre anterior (janeiro a março), o crescimento foi de 2,7%, totalizando R$ 8,78 bilhões.
Porém, e mesmo com lucro, em 12 meses, concluídos no final de junho, o banco fechou 1.282 postos de trabalho, sendo 426 postos no último trimestre.
A demissão de trabalhadores, e consequentemente a redução do quadro. aumenta a pressão e as metas sobre os que seguem atuando no banco, razão pelo qual o movimento sindical vê cenário com preocupação e espera que banco mude programa de metas.
“Ficamos preocupados com essa redução no quadro. Os lucros obtidos pelo banco são graças ao trabalho das milhares de bancárias e bancários”, ressalta a coordenadora da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), Fernanda Lopes.
Número de agências
O relatório aponta ainda que, apesar do relevante número de desligamentos, no semestre houve apenas a redução de uma agência tradicional, em comparação a junho de 2022, totalizando a manutenção de 3.172 agências tradicionais, além de 813 agências digitais ou especializadas.
O número de clientes (correntistas, poupadores e beneficiários do INSS) também apresentou crescimento, passando de 80,30 milhões para 82,65 milhões – aumento de 2,35 milhões, em 12 meses.
As despesas do BB com pessoal, no período de 12 meses, apresentaram aumento de 9,5% (incluindo o pagamento da Participação nos Lucros ou Resultados/PLR), e totalizaram R$ 13,53 bilhões. “Esse valor reflete o reajuste salarial conquistado pelos trabalhadores na convenção coletiva de trabalho da categoria, em setembro de 2022”, observou a coordenadora da CEBB.
Aumento na carteira de crédito
A carteira de crédito ampliada (que corresponde à carteira de crédito classificada adicionada das operações com títulos e valores mobiliários privados adquiridos pelo BB e das garantias prestadas) cresceu 13,6% em 12 meses, totalizando R$ 1,044 trilhão.
Outras carteiras que também apresentaram crescimento nos últimos 12 meses foram: agronegócio, em 22,7% (R$ 321,6 bilhões), seguida pela carteira de pessoa jurídica, 10,4% (R$ 371,8 bilhões) e pessoal física, 10,0% (R$ 302 bilhões), com destaque, nesta última, para o crédito consignado (+9,3%).
Inadimplência e despesas de PCLD
O BB afirma que o índice de inadimplência para atrasos superiores a 90 dias ficou em 2,73%, aumento de 0,73 ponto percentual (p.p.) em relação a junho de 2022 – percentual ainda abaixo da inadimplência média do Sistema Financeiro Nacional (3,60%).
Já as despesas com provisão para créditos de liquidação duvidosa (PCLD), também chamada de provisões para devedores duvidosos (PDD), aumentaram em 40,1% em 12 meses, totalizando R$ 12,78 bilhões em junho de 2023. No segundo trimestre, as despesas com PDD aumentaram 108,9% em comparação ao 1º trimestre.
O banco aponta como principais fatores, para o provisionamento adicional, as linhas não consignadas da carteira pessoa física e o segmento large corporate (grande empresa), que pode ser traduzido como o caso Americanas, que entrou com pedido de recuperação judicial em janeiro e saiu do grau de risco F para G.
Veja abaixo dados apontados pela equipe da Subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) na Contraf-CUT.

(texto elaborado com informações da Contraf-CUT)