
Representantes da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) participaram nesta quarta-feira (dia 05) da mesa de negociação com a equipe técnica do banco. Entre as pautas discutidas estiveram questões relacionadas ao assédio moral e ao programa de Gestão de Desempenho Profissional (GDP).
Foram debatidas as alterações no método de metas, avaliação e gestão de desempenho utilizado pelo BB apresentadas ao movimento sindical na mesa “Devolutiva Mesa Assédio Moral e GDP”.
Segundo o banco, o novo modelo de Indução tem como objetivo aprimorar os mecanismos de gestão de desempenho, orçamento e indução, de forma a garantir um maior alinhamento à Estratégia Corporativa do BB, a partir de visão integrada entre resultados/meta e competências para a rede de colaboradores.
Porém, para os dirigentes sindicais a conduta do banco na reunião acende o sinal de alerta, com uma postura impositiva e sem muita abertura para negociação.
“Esse é um instrumento no qual a meta individual tem grande peso, o que induz e provoca o assédio moral, que é estrutural, uma vez que está sendo alimentado pelos próprios modelos de “indução” e avaliação”, avalia a dirigente do BB no Sindicato, Elisa Ferreira, que participou da reunião como representante da Federação dos Empregados em Estabelecimentos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul (FEEB SP-MS).
Ela explica que a proposta do banco é de abrangência dos acordos de conexão também para assistentes e gerentes comerciais, entre eles, os gerentes de serviços, e a partir de três módulos: individual, coletivo e competências.
Outra mudança refere-se a conexão de gerente de serviços, que antes estava focada na visão financeira e agora prevê indicadores voltados aos processos. O Banco também propõe a integração entre o PDG com modelos com GDP, passando de 11 para 9 competências.
“Uma crítica que faço é que o Indução bloqueia possibilidade do gestor dar mesma nota 5 (máxima) para todos os funcionários, porém isso pode ocorrer caso a nota seja 1. A possibilidade de dar nota baixa pra todos os funcionários, mas não a mesma nota alta pra todos é absurda! Se o problema é a concretude e veracidade da avalição, a trava com relação a notas recorrentes deve ser sobre a inferior também”, avalia Elisa.
Outro questionamento trazido por Elisa é sobre as demandas da mesa sobre Assédio Moral e GDP, uma vez que concretamente não houve nenhuma resposta em relação ao que foi solicitado. “O que reforça a perda do caráter de negociação do processo da mesa permanente de negociação. Neste sentido, banco frustrou a negociação.”
Substituições
O Banco do Brasil também apresentou na reunião novas regras de designação interina (substituição temporária) para gerentes de relacionamento, gerentes de serviços e supervisores de atendimento, em casos de ausências para o cumprimento de férias, abonos ou por motivos de saúde.
O pedido para acionar substitutos será possível somente para ausências programadas para os períodos iguais ou maiores que 10 dias úteis consecutivos.
Com isso, o Banco admite a ampliação das possibilidades de substituição, suspensa desde em 2007, para as áreas de negócios (para 2° e 3° nível gerencial – já que 1° nível já há substituições), para os cargos de gerentes de relacionamento, gerentes de serviço e supervisores e nas gerências de negócios e média e supervisores, o que atingirá cerca de 21 mil funcionários.
“Trata-se de importante avanço importante, reivindicado pelo movimento sindical a cada negociação. Porém ainda ficam fora muitas áreas e cargos, o que continuará a gerar passivos trabalhistas.”, avalia Elisa.
Ouvidoria
Outro tema abordado foi com relação à ouvidoria. O banco falou sobre a ampliação da estrutura e destacou o desenvolvimento de estratégias específicas com relação às denúncias de retaliações feitas por causa de registros anteriores. De acordo com a instituição, o objetivo é proteger quem denuncia e evitar o receio de denunciar.