
A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou nova proposta de reajuste salarial: 8%, durante a décima-nona rodada de negociação da Campanha Nacional com o Comando dos Bancários, realizada nesta terça-feira, 30 de agosto.
E mais: reajuste de 13% sobre a Parcela Adicional da PLR; 10% nos tíquetes (VA/VR), antes era 100% da inflação (estimada em 8,88% entre setembro de 2021 a agosto deste ano); abono extraordinário de R$ 1.000,00 e ajuda de custo para teletrabalho de R$ 86,40. Para 2023, reposição integral da inflação (INPC) e aumento real de 0,5%.
Reunião e assembleia: Hoje, às 18h, reunião virtual de esclarecimento; às 19h, assembleia para votar proposta dos bancos. Em breve serão disponibilizados os links.
Abono extraordinário: Será pago até dia 31 de outubro, como cesta alimentação (14ª), equivalente a R$ 1 mil. Em 2023, não terá abono.
PLR: Quanto à proposta de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), durante a décima-sétima rodada, vale lembrar, a Fenaban desistiu de compensar os valores pagos pelos programas próprios na parcela adicional. No que se refere ao reajuste da PLR (regra básica) a Fenaban propôs 100% da inflação (estimada em 8,88%), durante a décima-sexta rodada (25). Na décima-nona rodada, realizada nesta terça-feira (30) a Fenaban aumentou o reajuste da Parcela Adicional, passando para 13%.
Aumentos diferenciados: O reajuste maior que a inflação (estimada em 8,88%) nos tíquetes e Parcela Adicional da PLR, resulta aumentos diferenciados: 10,1% sobre o piso salarial; 10,4% sobre piso de escriturário; 9,9% sobre piso de caixa: 9% sobre o salário médio de R$ 8.600,00 e 8,6% no salário médio de R$ 15 mil.
Teletrabalho
É um tema novo que vai entrar na CCT (Convenção Coletiva de Trabalho). Os bancos concordaram com a reivindicação de controle de jornada para todos os bancários; com o fornecimento e manutenção de equipamentos; com o direito à desconexão para que gestores não demandem os funcionários fora do horário de expediente dos mesmos; com a manutenção dos direitos da CCT para quem que realiza sua função fora das dependências do banco; com prevenção e precauções com a saúde dos funcionários; com a criação de canal específico para esclarecimento. Ajuda de custo: R$ 86,40.
Os bancários (as) com filhos de até quatro anos, ou com deficiência terão prioridade e as bancárias vítimas de violência doméstica poderão escolher se preferem trabalhar em domicílio, ou nas dependências do banco.
Assédio sexual
A nova cláusula sobre assédio sexual fará repúdio à esta prática nos bancos e os gestores e funcionários passarão por treinamento para prevenção e esclarecimento sobre possíveis consequências. Também está em debate a participação das entidades sindicais no canal de denúncias a ser criado, assim como o acompanhamento dos casos pela comissão bipartite de diversidade que já existe.
Assédio moral e cobrança de metas
O tema será pautado na primeira reunião de negociação de 2023 dos bancos que têm comissões de empresa (COEs). Os bancos que não têm COEs deverão realizar reunião específica com a representação dos bancários para tratar do tema, a pedido do sindicato.
Opinião: Para a presidente do Sindicato, Stela, que integra o Comando Nacional dos Bancários, a nova proposta dos bancos “representa avanço. Depois de 19 rodadas de negociação, conseguimos contemplar as reivindicações da categoria. Diante de uma postura dos bancos em impor perdas salariais (antes, era 75,8% da inflação), a proposta global é excelente. Nesse sentido, a diretoria do Sindicato orienta aprovação da nova Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), que terá validade de dois anos”.