
A economia permanece paralisada, a estagflação está praticamente instalada, o desemprego continua alto (12 milhões de brasileiros, no trimestre encerrado em janeiro); a inflação em 12 meses já ultrapassou os dois dígitos (10,54%, IPCA de fevereiro deste ano); o custo de vida cresceu 10% em 2021 na região Metropolitana de São Paulo; e a renda média do trabalho desabou quase 10% (9,7%) no período de um ano (dados do IBGE).
O desgoverno não se limita à economia, é visível também na área da saúde, meio-ambiente e na diplomacia, dentre outras.
Saúde, depois de sabotar a importação da vacinas em 2021, o presidente Jair Bolsonaro iniciou o ano criticando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por liberar a vacinação das crianças (de 5 a 11 anos de idade). Inclusive chamou quem defende a imunização desse grupo etário de “tarados por vacina”.
Agora, o país passa pela ameaça de nova variante do coronavírus, a Deltacron, uma recombinação das variantes Delta e Ômicron. Para o governo federal a vida deve voltar à “normalidade” em abril. Puro descaso com a saúde pública.
Quanto ao meio-ambiente, o governo Bolsonaro continua com sua política de destruição da Amazônia. Usou a guerra russo-ucraniana como pretexto para a Câmara dos Deputados aprovar a urgência na tramitação do PL 191/2020, que prevê a regulamentação da mineração em terras indígenas.
Autor do citado PL, o governo federal argumenta que a almejada exploração mineral poderia resolver a escassez de fertilizantes potássicos causada pelo conflito bélico. Na verdade, visa legalizar o garimpo.
Na diplomacia, uma lambança; posicionamento ambíguo do país sobre a guerra russo-ucraniana. Às vésperas da deflagração do conflito, o presidente Jair Bolsonaro manifestou solidariedade à Rússia após encontro com o presidente Vladimir Putin; em reunião do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), um dia depois da invasão da Ucrânia, em 25 de fevereiro, o embaixador Ronaldo Costa Filho votou a favor de uma resolução contrária à Rússia.
Como se tudo isso não bastasse, o governo federal resgatou a censura, vigente nos sombrios tempos da ditadura militar de 1964.
O Ministro da Justiça e Segurança Pública editou, recentemente, duas medidas relativas ao filme “Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola”: mudou a classificação etária, de 14 anos de idade para 18 anos de idade, e proibiu a exibição da comédia nas plataformas de streaming (Netflix, Globoplay, etc).
Antes, o secretário especial de Cultura, Mario Frias, em sua cruzada moralista, obscurantista, disse que o filme com Fábio Porchat e Danilo Gentili, lançada em 2017, faz apologia do abuso sexual infantil. Suspender a exibição, cabe lembrar, fere a liberdade de expressão prevista na Constituição.
Conduzida pelo capitão reformado do Exército, Jair Bolsonaro, a Marcha da Insensatez iniciada em 2018 ainda não parou.
Mas, pode ser interrompida em outubro, na eleição para presidente. Uma oportunidade para dar um basta ao desgoverno Bolsonaro.
A Diretoria