A travessia tem sido turbulenta neste ano, a exemplo de 2020. A pandemia do novo coronavírus permaneceu entre nós, com mais virulência em três trimestres, ceifando a vida de mais de 600 mil brasileiros.
O que fez o governo federal, sob a batuta de Bolsonaro? Construiu a calamidade social por sabotagens. No início do ano faltaram vagas em UTI, equipamentos e medicamentos para intubação e até oxigênio em Manaus (AM), por exemplo. Apesar de disponíveis, as vacinas não foram compradas pelo Ministério da Saúde em tempo para impedir a carnificina.
O atual presidente da República conspirou e conspira contra a saúde pública. Em plena pandemia, insiste na defesa de bandeiras negacionistas; entre elas, ignorar o distanciamento social e o uso de máscaras, incentivar a desconfiança na efetividade das vacinas, condenar a exigência do passaporte de imunizações e minimizar as mortes.
Em outros termos, o governo Bolsonaro não apenas ignorou a ciência, boicotou as recomendações; executou uma “estratégia institucional de propagação do vírus”, segundo apontou relatório do Centro de Pesquisas e Estudos de Direito Sanitário (CEPEDISA) da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo (USP) e a Conectas Direitos Humanos.
Aliada à crise sanitária, tem a hídrica, a ambiental, a institucional e a econômica, que provocou o ressurgimento da inflação, juros altos, recessão, desenvolvimento travado e desemprego (mais de 14 milhões de brasileiros sem trabalho). Para agravar, o presidente Jair Bolsonaro apoia o desmatamento ilegal na Amazônia, ataca as instituições e defende o golpismo. O ensaio da tão sonhada ruptura institucional aconteceu no dia 7 de setembro, em Brasília e em São Paulo, após várias motociatas pelo país.
É preciso frear a marcha da insensatez, conduzida pelo capitão reformado do Exército. Neste ano, vários setores organizados da sociedade (sindicatos, partidos, estudantes, movimentos sociais) foram cinco vezes às ruas para defender o Estado Democrático de Direito. É preciso mais: vencer nas urnas em 2022, eleger um presidente comprometido com a saúde pública, com a educação, com o desenvolvimento econômico e social, e com as instituições democráticas.
No mundo do trabalho, a categoria tem o compromisso de garantir e ampliar direitos durante a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Com mobilização, será possível vencer.
A Diretoria
