Em reunião virtual com a Comissão de Organização dos Empregados (COE), realizada nesta quarta-feira (4 de agosto), o Santander negou novas contratações, anunciou o retorno ao trabalho presencial, assumiu compromisso em analisar proposta sobre a cobrança dos gastos do funcionário afastado com o plano de saúde e proibiu o uso do WhatsApp Business. Os pontos debatidos na reunião, propostos pela COE, foram apresentados no dia 22 de julho.
Contratações: Mesmo com o aumento dos lucros a cada período, assim como da carteira de clientes, o Santander não concorda com novas contratações. Apresentou duas justificativas: crescimento do uso de canais digitais e recente contratação de 2 mil pessoas; que resultaram em “agências vazias”. Os argumentos não se sustentam. As citadas contratações não foram apenas de bancários; incluem as empresas terceirizadas (holding). Na real, foram contratados 78 bancários no primeiro semestre deste ano, segundo balanço do próprio banco. E as agências permanecem lotadas em decorrência de novos clientes e da falta de funcionários. Pela primeira vez, desde 2012, o banco espanhol tem menos de 45 mil funcionários. Em resumo, faltam funcionários e a intensa cobrança de metas abusivas provoca adoecimento.
Plano de Saúde: Atualmente, o débito dos gastos do funcionário afastado do trabalho com o plano de saúde é feito em conta corrente. Segundo o Santander, isso ocorre porque não há saldo em folha de pagamento. Ninguém discorda que, uma vez utilizado, o convênio deve ser pago. Aliás, não é uma questão de opção, mas de necessidade. Porém, o débito em conta corrente só piora a situação. Se a conta estiver zerada, são cobrados juros e tarifas. A COE propôs que o Santander faço o desconto dos gastos com o convênio somente quando o funcionário retomar ao trabalho e de forma parcelada. O banco espanhol assumiu compromisso em analisar a reivindicação.
Retorno ao trabalho presencial: O Santander informou que, a partir da segunda quinzena deste mês de agosto, será iniciado o retorno gradual ao trabalho presencial dos funcionários afastados em função da pandemia do novo coronavírus, que já foram imunizados com duas doses da vacina. Quem tiver comorbidade, irá permanecer em casa. E quem tiver dificuldade para o retorno – por exemplo, filho menor que ainda não voltou à grade normal da escola – o banco irá analisar o caso.
WhatsApp Business: O Santander comunicou que está “proibida” a utilização do aplicativo WhatsApp Business para transações relacionadas aos produtos do banco, em função da segurança dos dados, das informações de clientes. Quanto ao uso WhatsApp para conversa com clientes, o banco disse que elaborou um guia com orientações, disponível na academia do Santander.
A melhor alternativa é não utilizar o citado aplicativo; apenas os canais institucionais do banco. E caso o gestor pressione, cobre o uso do WhatsApp Business, o funcionário deve apresentar denúncia ao Sindicato, que irá informar o RH (Recursos Humanos). A identidade de quem denunciar será mantida em sigilo.
Avaliação: Para a diretora do Sindicato, Patrícia Bassanin, que participou da reunião, o Santander tem dificultado o processo de negociação. “Os sindicatos apontam os problemas, porém o banco não aponta saídas. Sem falar que não reconhece a insatisfação dos funcionários. A direção do Santander está fora da realidade. O que é um completo desrespeito aos funcionários e aos sindicatos”.
