Capitaneada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, a marcha da insensatez acelera e ameaça atropelar a democracia brasileira. Em permanente campanha eleitoral, o capitão reformado incentiva e participa de atos antidemocráticos, num visível saudosismo da ditadura militar (1964-1985), e incita a quebra da ordem constitucional. E, em tempos de pandemia, recusa medidas sanitárias mínimas, indispensáveis para frear disseminação da COVID-19 – como um autêntico negacionista caracteriza o novo coronavírus como uma “gripezinha”. O Brasil neste momento, é o segundo país do mundo com mais casos da doença,
Para coroar seu autoritarismo latente, o presidente Bolsonaro convocou a população a se armar e deixou claro sua pretensão de interferir na Polícia Federal, durante reunião ministerial realizada no dia 22 de abril. O vídeo da infame reunião, onde o presidente da República disparou palavrões a todo momento, veio a público por decisão do ministro Celso de Melo do STF (Supremo Tribunal Federal) no dia 22 deste mês de maio.
A reunião ministerial, na verdade, se transformou numa conversa de botequim. O presidente da Caixa Federal, Pedro Guimarães, por exemplo, reclamou da “frescurada de home office”, durante a pandemia. O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, chamou o TCU de “usina de terror”. Já o ministro da Economia, Paulo Guedes, disparou: “Tem que vender essa porra logo”, em referência à privatização total do Banco do Brasil. Taticamente, Bolsonaro desconversou, jogou o assunto para depois de 2022.
O país vive uma crise tripla: médica, econômica e política. O momento exige solidariedade e unidade. Exige de cada um de nós disposição em lutar em defesa da democracia, mobilização para frear a marcha dos covardes, dos alucinados e dos golpistas.
BB: publicidade em site de fake news
O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou ontem (27) ao Banco do Brasil a suspensão de todos os contratos de publicidade com sites, blogs, portais e rede sociais. A decisão do ministro Bruno Dantas, segundo o jornal Folha de S. Paulo (edição de hoje), “parte de análise feita pelo tribunal de repasses de verba do banco para sites acusados de espalhar fake news”.
A publicidade em sites que propagam o discurso de ódio e fake news ganhou visibilidade depois do lançamento do perfil no Twitter do Sleeping Giants Brasil, na segunda semana deste mês de maio. O movimento visa desidratar economicamente sites que divulgam conteúdos reconhecidos como preconceituosos e notícias fraudulentas.
Até o último dia 22, o Sleeping Giants Brasil chamou a atenção de cerca de 40 empresas com anúncios no Jornal Cidade Online, condenado por publicar fake news, segundo informa a coluna de Mônica Bergamo (Folha de S. Paulo, de 23/05); entre elas, o Banco do Brasil. Avisado, o BB suspendeu a veiculação. Após reclamação do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, o banco restabeleceu a publicidade no portal do Jornal Cidade Online, alinhado com o governo federal. Inclusive Fábio Wajngarten, atual chefe da Secretaria Especial e Comunicação Social (Secom), informou no Twitter que estava “contornando” o veto, segundo a colunista citada acima. A publicidade do BB no Jornal Cidade Online, como decidiu ontem o TCU, está suspensa. Verdade acima de todos.