A Rede Sindical Internacional do Banco do Brasil se reuniu por videoconferência, no dia 6 deste mês de maio, para discutir os impactos das medidas adotadas contra a disseminação da COVID-19 sobre os trabalhadores do Brasil, Argentina e Paraguai. A reunião da Rede foi convocada pela Uni Américas, que é o braço continental da Uni Global Union (Sindicato Global).
Os representantes brasileiros (Contraf-CUT e Contec) relataram o processo de negociação entre os sindicatos e a Fenaban, iniciado no último dia 12 de março, um dia após a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarar a pandemia do novo coronavírus.
Entre os pontos acordados com os bancos brasileiros, a liberação de parte da categoria para trabalhar em casa (home office), com manutenção dos salários e direitos, distribuição de máscaras e protetor de acrílico em guichê de atendimento, antecipação da vacinação contra a gripe e garantia de emprego nas instituições privadas Itaú, Bradesco e Santander.
E mais: O Banco Central (BC) atendeu solicitações do Comando Nacional dos Bancários; entre elas, a redução do horário de atendimento nas agências. No caso do BB, foi relatada a situação dos funcionários frente ao trabalho em casa (home office), a antecipação de férias e o Banco de Horas (a proposta é elaborar um acordo nos moldes do negociado com o Banco Itaú). clique aqui
Os dirigentes sindicais brasileiros destacaram que as medidas editadas do governo federal priorizaram os interesses dos empresários como, por exemplo, redução de jornada e salário e suspensão do contrato de trabalho. Destacaram também que a atuação dos bancos públicos e dos sindicatos de trabalhadores foram decisivos para amenizar os problemas gerados pela pandemia.
Acordo marco: aditivo
Os representantes brasileiros, argentinos e paraguaios decidiram elaborar uma proposta de aditivo ao acordo marco assinado com o BB, que contemple protocolos de saída da pandemia e retorno ao trabalho. “O tema será retomado na reunião a ser realizada no próximo dia 12, às 14h, por videoconferência”, esclarece a diretora do Sindicato, Elisa Ferreira, que participou da reunião como representante da Federação dos Bancários de SP e MS.
Argentina e Paraguai
Os dirigentes sindicais argentinos relataram que o governo adotou várias medidas para manter a renda do trabalhador, porém a recessão econômica aliada à pandemia afetou brutalmente as pessoas em situação vulnerável. No caso dos bancários do BB, os sindicatos garantiram a manutenção do emprego e salário, bem com medidas de proteção, como trabalho remoto e EPIs.
Já os dirigentes sindicais paraguaios disseram que o governo e as empresas adotaram medidas intempestivas em relação ao distanciamento/isolamento social (quarentena) para impedir o avanço da COVID-19. E, a exemplo do Brasil, o governo paraguaio editou a chamada Lei de Financiamento Emergencial, que prevê a suspensão do contrato de trabalho por três meses, sem remuneração.