No período de cinco anos, entre 2012 e 2017, o setor bancário foi responsável por 27.207 afastamentos acidentários, segundo estudo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), com base no Observatório Digital de Saúde e Segurança no Trabalho, realizado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
As causas de afastamentos se concentram em três categorias: “transtornos mentais e comportamentais”; “doenças do sistema nervoso”; e “doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo” que, entre 2009 e 2012, eram as principais causas de afastamento. A partir de 2013, muda o perfil de afastamento, com “transtornos mentais e comportamentais” assumindo a liderança. Para dimensionar o impacto dessa mudança, entre 2012 e 2017, 9.923 bancários foram afastados do trabalho. O que representa 15% de todos os afastamentos no país (de um total de 64.794 trabalhadores), no citado período, para tratamento de doenças decorrentes de causas mentais e comportamentais, segundo dados da Previdência Social/INSS.
Metas adoecem
Aliada à tensão permanente por medo de assalto e violência, baixa tolerância ao erro e acúmulo de tarefas, a pressão pelo cumprimento de metas configura assédio moral, resulta em estresse diário e, ao final, adoece os bancários. A regulação das metas, cabe destacar, tem sido a principal reivindicação dos sindicatos na Comissão Bipartite de Saúde do Trabalhador. Alguns avanços já foram conquistados, principalmente na prevenção. “Mas ainda é pouco. É preciso mais. O Sindicato inclusive já apresentou, em conferências interestadual e nacional da categoria, proposta para criação de um Protocolo de Venda Responsável. O Protocolo é um instrumento regulatório que pode, efetivamente, colocar um ponto final nas chamadas metas abusivas”, avalia o diretor para Assuntos de Saúde, Daniel Abreu.
Bancário (a), não trabalhe adoecido. Procure o Sindicato. Plantão de Saúde: toda segunda-feira, das 14h às 17h, com assessoria jurídica.
03/09/2019
Ritmo de trabalho adoece bancários. 27 mil afastamentos em cinco anos
Saúde