O Banco do Brasil repassou dados sobre o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), que é feito de acordo a Norma Regulamentadora (NR7), e apresentou o programa de Reinserção – Retorno ao Trabalho, durante reunião da mesa temática de Saúde prevista no Aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), realizada ontem (10) em Brasília. O BB apresentou também números compilados do Exame Periódico de Saúde (EPS) de 2018. O EPS é obrigatório e pode ser feito a cada dois anos para pessoas até 50 anos de idade e sem doenças. O BB, no entanto, realiza anualmente e para todos os funcionários. Já o PCMSO é realizado pela Cassi com ressarcimento do banco via convênio, não entrando nas despesas assistenciais da Cassi. A diretora do Sindicato, Elisa Ferreira, representou a Federação dos Bancários de SP e MS na mesa.
Entre os dados apresentados que mais preocupam os representantes dos sindicatos e federações, está o crescimento do sobrepeso, maior no BB do que a média do Brasil. Estudos indicam que a incidência de câncer tem sido mais associada ao sobrepeso do que ao cigarro. O percentual de sedentarismo também é bastante elevado. O BB também tem feito no EPS um rastreamento de tendência a depressão entre os funcionários, através de um questionário simples, com duas perguntas. A partir da resposta, o médico do trabalho faz alguns encaminhamentos e acompanhamentos.
Programa de reinserção
O Programa de reinserção tem como público alvo os reabilitados pelo INSS, os funcionários sem benefício do INSS, aqueles que tiveram a suspensão da aposentadoria por invalidez, os aposentados afastados a mais de 90 dias e os funcionários que retornam e que tem necessidade de adaptações. O banco explicou como é feito o acolhimento do funcionário no local de trabalho, sua adaptação e o acompanhamento.
Os representantes dos sindicatos e federações questionaram vários pontos, com sugestões de melhoria no acompanhamento dos casos de retorno por cancelamento de licença ou aposentadoria por invalidez, principalmente de funcionários com muito tempo afastados dos locais de trabalho.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) orienta que todos os funcionários façam agendamento e não deixem de realizar o Exame Periódico de Saúde, pois muitos problemas ocupacionais são detectados e os dados são cruzados com os dados da Cassi, para melhor monitorar a saúde dos funcionários.
Os representantes dos sindicatos e federações solicitaram dados mais detalhados sobre afastamento, além dos informados no Relatório Anual do BB. Foi solicitado que o banco comunique os casos de reinserção aos sindicatos para melhor auxílio aos funcionários. Depois do recebimento dos dados solicitados, será feita avaliação da necessidade de outra rodada da mesa temática de Saúde.
Os representantes dos sindicatos e federações sugeriram à Diretoria de Pessoas (DIPES) uma melhor orientação ou capacitação dos gestores no que se refere ao tratamento das pessoas com restrições. O Banco informou que estão sendo desenvolvidas ações para direcionar melhor as pessoas para as funções mais adequadas e que em breve será apresentado o programa com as iniciativas aprovadas.
Banco de horas e assédio na PSO
Os representantes de sindicatos e federações relataram que nas Plataformas de Suporte Operacional (PSO), em todas as regiões do país, ocorre pressão para adesão ao banco de horas, descumprindo assim o Aditivo à CCT. E mais: funcionários têm sido transferidos de SOP simplesmente por não aderirem ao banco de horas; a adesão é livre. Outro problema relatado refere-se à Instrução Normativa IN 361, onde não consta que as horas serão convertidas em espécie após seis meses. O BB vai revisar a citada instrução e adequar ao Aditivo. Os sindicatos e federações indagaram se as horas não folgadas estão sendo provisionadas. O banco respondeu que já existe a provisão e o primeiro pagamento de horas não folgadas será feito na folha de pagamento de agosto deste ano.
Concurso: área de TI
Os representantes dos sindicatos e federações cobraram, novamente, uma posição sobre os funcionários que fizeram concurso específico para TI, mas até hoje se encontram nas agências em Brasília. O problema já se arrasta por dois anos. O Banco informou que responde até o final deste mês de julho.
Gestão de Desempenho Profissional (GDP)
Os representantes dos sindicatos e federações, mais uma vez, denunciaram que a GDP tem sido usada como instrumento de ameaça de descomissionamento. Tudo tem se tornado motivo de ameaça para anotação na GDP e consequente ameaça de perda de cargo. Os representantes dos sindicatos e federações solicitaram uma mesa específica sobre GDP, conforme foi debatido e acordado na mesa de negociação da Campanha Salarial de 2018.
Venda da BBTs
Em relação às matérias veiculadas na imprensa sobre a venda da BBTS – BB Tecnologia e Serviços, os sindicatos e federações se posicionaram contra a venda das subsidiárias do banco, uma vez que defendem o fortalecimento do Banco do Brasil.
Fonte: Contraf-CUT