Presidente do Sindicato, Stela participa da reunião entre o Comando Nacional dos Bancários e Fenaban, antes da assinatura da CCT. (31/08/2018)
A nova Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), aprovada em assembleia no dia 29 de agosto e assinada pelo Sindicato dois dias depois (31), mantém os históricos direitos da categoria, incluindo aumento real. Construída em tempos de retirada de direitos – a nova legislação (reforma trabalhista) está em vigor desde novembro do ano passado -, a CCT vale para todos os bancários dos setores públicos e privados, incluindo os hipersuficientes (trabalhador com salário superior ao dobro do teto do benefício previdenciário, R$ 11.291,60, com curso superior completo), uma invenção da citada legislação (Lei nº 13.467/2017).
A nova Convenção, com vigência de dois anos (2018-2020), estabelece reajuste de 5% (reposição da inflação estimada em 3,78%, mais 1,18% de aumento real) sobre salários e verbas (PLR, tíquetes, etc.), em 1º de setembro deste ano, e reposição da inflação acumulada entre os meses de setembro de 2018 a agosto de 2019, mais 1% de aumento real, em 1º de setembro do próximo ano. E mais: o pagamentoda primeira parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e da Parcela Adicional será efetuado no dia 20 deste mês de setembro pelos bancos privados e Caixa Federal. O Banco do Brasil assumiu compromisso em pagar a PLR logo após a assinatura da CCT.
Campanha antecipada
A nova CCT é resultado de uma Campanha Nacional que começou mais cedo, antecipada, ao contrário de anos anteriores. A estratégia traçada pelo Comando Nacional dos Bancários era evitar que o processo de negociação ultrapasse a data-base (1º de setembro), deixando a categoria fragilizada, acuada, com a perda da validade da CCT vigente até o último dia 31. Isso porque a reforma trabalhista acabou com a ultratividade das normas coletivas, que assegurava a prorrogação da CCT durante o processo de negociação.
A alternativa seria o pré-acordo, reivindicado desde a entrega da pauta de reivindicações no dia 13 de junho, mas não assinado pela Fenaban.
Para a presidente do Sindicato, Stela, a “estratégia do Comando se mostrou acertada”. Foram dois meses (abril e maio) de preparação à 20ª Conferência Nacional dos Bancários (realizada entre os dias 8 e 10 de junho) e três meses de negociações (junho, julho e agosto) na mesa única (bancos privados e públicos) e nas mesas específicas do Banco do Brasil e Caixa Federal. Após nove rodadas, construiu-se uma proposta completa no dia 25 de agosto, que foi aprovada pela categoria em assembleia no dia 29 de agosto, na sede do Sindicato. “A negociação foi intensa, os bancos endureceram; porém, a categoria manifestou sua insatisfação em reuniões nas agências, em Dias de Luta, incluindo paralisações parciais, e o resultado foi a manutenção de direitos, com aumento real. Inclusive prevaleceu o negociado sobre o legislado, pois a CCT vale também para os chamados hipersuficientes, que poderiam assinar contratos individuais, como prevê a nova legislação. Podemos afirmar: vencemos”, avalia a presidente do Sindicato, Stela.
Jeferson Boava (presidente em exercício da Federação dos Bancários de SP e MS) e Murilo Portugal (presidente da Fenaban) assinam CCT
Bancários do setor privado aprovam acordo com Fenaban, em assembleia na sede do Sindicato, em Campinas. (29/08/2018)
Fotos: Júlio César Costa
03/09/2018
Acordo assinado garante direitos e aumento real. PLR dia 20
Campanha Nacional