No último dia do mês de fevereiro comemora-se o Dia Internacional de Combate às LER/Dort. As Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Dort) considerados uma ‘epidemia’ na virada do milênio, ainda hoje vitimam milhares de trabalhadores no Brasil e no mundo.
Em 2016, no Brasil, foram concedidos 45.605 benefícios auxílio doença acidentário referentes às doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo. Já os afastamentos por transtornos mentais e comportamentais, no mesmo ano, somaram 10.376 benefícios, segundo o último Anuário Estatístico da Previdência Social. Cabe lembrar que esses são os casos notificados, sem contar as subnotificações provocadas pelos patrões quando negam a abertura da CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) ao trabalhador ou quando os peritos do INSS concedem o benefício auxilio doença sem nexo com o trabalho, ignorando vasta documentação apresentada no dia da perícia. Em 2017, praticamente metade das CAT abertas pelo Sindicato após a negativa dos bancos foram por LER/ Dort.
Como relata o médico e doutor em Saúde Publica Herval Pina Ribeiro, em seu livro: “De que Adoecem e Morrem os Trabalhadores na Era dos Monopólios 1889-2016” (volume II) a “história das LER em bancários é a da incidência em trabalhadores ativos jovens, predominantemente mulheres, que exercem as funções mais subalternas e usam o corpo, sobretudo as mãos, em tarefas simples e repetitivas. O sintoma mais presente é a dor local”.
Quanto às causas da incidência de LER entre os bancários, Herval Pina Ribeiro explica que: “o automatismo mecânico, eletromecânico ou microeletrônico em si não desequilibra os estados de saúde, nem causa doenças. O que as desorganizam ou as provocam é o procedimento das empresas, calculado, de enxugamento da força de trabalho (…). É esse procedimento que pressiona os trabalhadores que restam na produção e os obrigam a trabalhar mais intensamente, mesmo que sem experiência no que fazem, com as consequências negativas, entre as quais, as de saúde”.
Para o diretor do Sindicato, Gustavo Frias, representante da Federação dos Bancários de SP e MS na mesa de Saúde com a Fenaban, “muitos bancários, mesmo com diagnóstico de LER/Dort, continuam trabalhando adoecidos. É fundamental que todos tenham a consciência que trabalhando doente a produção vai diminuir. Portanto, a doença não pode ser escondida. O correto é procurar um médico o quanto antes. Afinal, a saúde é nosso maior patrimônio”.
Plantão de Saúde: O Sindicato atende os bancários adoecidos por LER/Dort no Plantão de Saúde, toda segunda-feira. Qualquer dúvida sobre licença-saúde, afastamento do trabalho por motivo de doença ou abertura de CAT, agende uma consulta.
01/03/2018
Dia Internacional de Combate às LER
Saúde