A diretoria do Sindicato dos Bancários de Campinas e os delegados sindicais do Banco do Brasil realizaram ato público nesta sexta-feira (19) pela manhã, das 9h às 11h, nas agências do Centro, da Rua Dr. Quirino e Avenida Glicério para conscientizar clientes e bancários sobre a situação crítica e de precarização do BB.
A ação faz parte do dia nacional de luta contra as reestruturações constantes que o banco vem anunciando de forma repentina e sem negociação com os trabalhadores, gerando grande impacto na categoria com perdas salariais (fim de comissionamentos), cortes de vagas e remoções, e em defesa dos direitos do funcionalismo e do Banco do Brasil em sua atuação como banco público.
Desde 2016, o BB vem sofrendo mudanças e adequações, que mais se assemelham ao funcionamento de bancos privados e que demonstram abrir caminho para privatização da instituição. A defesa do BB é parte de uma frente ampla do movimento sindical em prol dos bancários, sendo que o Sindicato é contrário à reestruturação da forma como o banco está fazendo e com os desdobramentos na vida dos trabalhadores.
Em 2017, 2.300 bancários sofreram descomissionamentos. Em 2018, o balanço negativo com os descomissionamentos só será conhecido depois do dia 26/01, quando termina a implantação das mudanças e com os cortes das gratificações que irá refletir em pelo menos 1 mil caixas. Os caixas serão os mais afetados neste momento e o Sindicato cobra do Banco do Brasil a priorização deste público no TAO para concorrência em outros cargos e que de fato haja orientação para nomeação. Sobre a reivindicação de manutenção da gratificação dos caixas excedentes por quatro meses, o banco ainda não apresentou nenhuma definição.
Mesmo que o banco afirme que desta vez não haverá descomissionamentos nos cargos, a diretoria do BB desconsidera o efeito da queda da remuneração dos caixas em excesso, mostrando mais uma vez a insensibilidade da empresa ao tratar as questões do funcionalismo e o impacto desta decisão na vida destes trabalhadores.
“A estratégia do Banco do Brasil ataca fortemente o segmento mais aguerrido do funcionalismo, fragmentando nossa luta, separando os bancários dos caixas, o que dificulta a resistência e provoca desunião entre os trabalhadores do BB”, reforçou o diretor Marcos Eduardo.
Em 12 meses, o BB cortou 9.900 postos de trabalho. Desses, 658 foram no 1º trimestre de 2017. A redução se deve ao Plano Extraordinário de Aposentadoria Incentivada (PEAI), lançado em novembro de 2016 no âmbito da reestruturação imposta. Sendo que no mesmo período, foram fechadas 551 agências.
Com essas mudanças, o BB explicita a sua estratégia de aprofundamento do modelo digital e de segmentação dos clientes, valorizando o atendimento para as carteiras de alta renda e reduzindo os postos de trabalho para o atendimento presencial à população, em sua maioria, de baixa renda, distanciando-se cada vez mais de sua função como Banco Público.
Plantão jurídico
A orientação do sindicato é que os bancários procurem seus direitos e não tomem nenhuma decisão sem antes consultar o Sindicato e as reais implicações das mudanças e possíveis remoções.
O Sindicato está disponibilizando atendimento jurídico para os bancários do Banco do Brasil.
Basta ligar na secretaria do Sindicato e agendar consulta. Vale sempre lembrar a importância de todos os bancários no fortalecimento da Luta.
São muitas as perdas e o bancário precisa se orientar de todas as implicações e estar ciente do prejuízo que terá se aceitar o desligamento, inclusive, com a possibilidade de perda dos planos PREVI, Economus e CASSI.
Essa luta é todos. Sindicalize-se!
Fotos: Júlio César Costa