A Comissão de Empresa dos Funcionários, formada por dirigentes sindicais, e representantes do Banco do Brasil se reuniram no último dia 14 para discutir as mudanças implantadas nas Plataformas de Suporte Operacional (PSO): entre elas, presença de caixas nas salas de autoatendimento, venda de produtos de capitalização, crédito direto ao consumidor (CDC), dentre outras. A dirigente sindical Maria do Carmo Peggau representou a Federação dos Bancários de SP e MS na reunião.
Para os representantes do BB, as novas atribuições “podem”gerar novas oportunidade na carreira. Inclusive apresentaram um programa de “reconhecimento”, onde o caixa recebe como prêmio pontos no Programa Livelo. Para os dirigentes sindicais, trata-se de uma forma de remuneração variável que deve ser contratada e prevista no aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
Problemas: Os dirigentes sindicais apontaram aos representantes da Diretoria Gestão de Pessoas (Dipes) e da Unidade Operações (Uop) diversos problemas levantados nas PSOs. Por exemplo: o BB diz que, individualmente, o caixa não será obrigado a vender produtos. Porém, a partir do estabelecimento de metas para as unidades, cada caixa é cobrado via e-mail ou mensagens por aplicativos como o WhatsApp. Outro problema: ao se deslocarem das baterias para vendas de produtos nas salas de autoatendimento, os caixas se sentem inseguros porque não possuem chaves das gavetas com numerários.
Os dirigentes sindicais destacaram que, ao migrar para a PSO, os funcionários optaram em atuar na área operacional e não na negocial. Ao impor a venda de produtos, a mudança na natureza do serviço provoca resistência. E mais: cobra-se vendas, mas não existe nenhum tipo de treinamento sobre os produtos.
Estatística: Os dirigentes sindicais apontaram problemas nas estatísticas que registram diminuição no número dos atendimentos nos caixas. Em muitas plataformas, os caixas são orientados a encerrar a sessão antes da conclusão do atendimento ao cliente, apenas para mascarar o tempo total da operação. O BB se comprometeu a orientar as PSO para coibir esse tipo de prática.
Os dirigentes sindicais apontaram também que a entrega de cartões aos clientes, em diversas regiões, não tem respeitado os normativos internos sobre segurança, com relatos de entrega e armazenamento de cartões de clientes nas salas de autoatendimento. O banco informou que irá suspender, temporariamente o processo de entrega de cartões pelos caixas, até que o modelo seja devidamente ajustado.
Sobrecarga: Os dirigentes sindicais denunciaram sobrecarga de trabalho dos Gerentes de Serviço (Gemods), que precisam gerenciar tanto os serviços das PSOs quanto serviços de manutenção das agências. A sobrecarga impede melhor gerenciamento do quadro de funcionários, o planejamento de férias e treinamentos dos funcionários e dos próprios Gemods. Os dirigentes sindicais denunciaram ainda problemas com o novo modelo do Gerenciador de Atendimento (GAT), sistema de gerenciamento de senhas e atendimento. A segmentação de renda dá privilégio de atendimento e tem gerado muita confusão nas agências.
Termo: Durante a reunião sobre PSO, o Comando Nacional, representado pela Comissão de Empresa dos Funcionários, entregou ao banco a proposta de Termo de Compromisso que visa garantir os direitos dos funcionários.
Fonte: Contraf-CUT