Os sindicatos protestaram contra os valores da segunda parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e reivindicaram uma revisão, durante a segunda reunião da mesa permanente neste ano com a Caixa Federal, realizada no último dia 7 em Brasília. E mais: os sindicatos protestaram também contra a prática antissindical da Caixa Federal ao apontar a greve de 2016 como uma das causas da queda nos lucros. Para o diretor do Sindicato, Carlos Augusto da Silva (Pipoca), que representou a Federação dos Bancários de SP e MS na mesa, os sindicatos exigiram “mais transparência e respeito aos empregados”.
Para os sindicatos, a Caixa Federal errou ao projetar o lucro referente ao exercício de 2016. De acordo com os números divulgados, a Caixa Federal lucrou R$ 4,1 bilhões; o que representa uma queda de 41,8% em relação a 2015. Em setembro do ano passado, no entanto, a Caixa projetou lucro anual de R$ 6,7 bilhões, que serviu como base para calcular a antecipação da PLR. O lucro divulgado, segundo avaliação dos sindicatos, não tem relação com o resultado operacional que, em comparação a 2015, teve crescimento de 271,7%.
Após exposição sobre o lucro do ano passado, os sindicatos reivindicaram a revisão dos valores da segunda parcela da PLR, com nova distribuição com base no lucro recorrente, que foi de R$ 4,967 bilhões. O que permite ampliar a margem para pagamento tanto na regra básica quanto na parcela adicional e PLR social e representaria um ganho a mais de 20% em relação aos valores pagos no último dia 31 de março.
Segundo simulações feitas pelo Dieese, tendo por base o lucro recorrente, o empregado com remuneração de R$ 2.748,00, receberia mais R$ 1.108,10. Já quem recebe R$ 5 mil teria direito à diferença de R$ 1.350,11. Para os empregados com remuneração de R$ 9.333, 81, a diferença a receber seria de R$ 1.815,84. Os representantes da Caixa Federal se comprometerem a encaminhar a reivindicação à diretoria.
Desmonte: Os sindicatos repudiaram o processo de desmonte da Caixa Federal e os ataques aos direitos dos empregados. No final do ano passado e mais recentemente a diretoria da Caixa Federal anunciou o fechamento e fusão de agências (mais de 110). Os representantes da Caixa Federal disseram que não têm informações sobre o fechamento de unidades e quais são os critérios. Os sindicatos cobraram ainda esclarecimentos sobre o processo de reestruturação.
Hora-extra: Os sindicatos indagaram sobre o pagamento de horas extras aos empregados das unidades que estão abrindo 2h mais cedo ou que abrem aos sábados para atendimento referente às contas inativas do FGTS. A Caixa Federal não está pagando adicional de 100%.
Contratação: Os sindicatos reivindicaram novas contratações, visando amenizar o ritmo de trabalho, que é intenso. A Caixa Federal negou até mesmo repor os 4.519 empregados que aderiram ao Programa de Desligamento Voluntário Extraordinário (PDVE), lançado no último dia 6 de fevereiro.
Saúde Caixa: Os representantes da Caixa Federal propuseram discutir com os sindicatos o provisionamento que o banco tem que fazer, por exigência do Banco Central, para cobrir despesas futuras com o plano de saúde.
Descomissionamento: A Caixa Federal informou que até o dia 24 deste mês de abril vai divulgar o normativo com as novas regras para descomissionamento, que foram definidas pelo grupo de trabalho paritário e homologadas na mesa de negociação realizada no último dia 24 de janeiro. Será divulgada também a cartilha com orientações aos empregados.
PSI – Os processos seletivos internos serão retomados até o final deste mês de abril. Segundo a Caixa Federal, os PSIs foram suspensos por conta de estudos de redimensionamento.
Avaliador de Penhor – A pedido dos sindicatos, a Caixa Federal prorrogou até o próximo dia 24 de maio o prazo para conclusão da pesquisa que as entidades sindicais estão fazendo sobre as condições de trabalho dos avaliadores de penhor. Com isso, o pagamento da adicional está mantido até o prazo estabelecido.
Avaliação: Para o diretor Carlos Augusto da Silva (Pipoca), é “preocupante o rumo que a direção da Caixa Federal aponta para a instituição. Projeções grosseiras que indicam planejamento de qualidade duvidosa. E mais: as reestruturações caminham não se sabe para onde. Para os empregados resta o aumento do volume de trabalho e estresse”.
Fonte: Fenae.